Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/05/2010 - 12h26

Permanência de base dos EUA em Okinawa ameaça governo japonês

Publicidade

DA EFE, EM TÓQUIO

O primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, entrou em acordo hoje (28) com os Estados Unidos para manter uma base americana em Okinawa, no sul do Japão.

A maior parte da população da ilha japonesa se opõe a decisão, que pode custar o cargo de Hatoyama, pela forma como está lidando com o tema. Antes de chegar ao poder em setembro, o atual primeiro-ministro tinha prometido anular o acordo.

Hoje pela primeira vez ele teve que remover uma ministra, a líder do pacifista Partido Social Democrata (PSD), por rejeitar o pacto com os EUA.

O acordo, anunciado simultaneamente por Tóquio e Washington, prevê a transferência da base aérea de Futenma, localizada em plena área urbana de Ginowan, para a região de Nago, uma área menos habitada ao norte de Okinawa.

Em uma conversa por telefone, Hatoyama e o presidente dos EUA, Barack Obama, expressaram sua satisfação por um acordo que definiram como "viável" do ponto de vista operacional e "sustentável" politicamente, segundo a Casa Branca.

O plano "não é perfeito", mas a presença militar dos EUA é "indispensável" para a segurança do Japão, argumentou hoje Hatoyama, cujo partido Democrático, tem maioria absoluta na Câmara Baixa, mas governava em coalizão com os minoritários PSD e Novo Partido do Povo.

Acordo

O primeiro-ministro demorou oito meses em decidir sobre Futenma, um assunto que dominou a vida política japonesa, na frente da crise econômica e da elevada dívida pública.

No caminho, Hatoyama perdeu grande parte de sua credibilidade política e a aprovação da população que o levou a uma vitória arrasadora nas últimas eleições.

Ao mesmo tempo em que os protestos em Okinawa, onde as tropas dos EUA são muito impopulares, aumentaram. A medida instigou o debate sobre a presença militar americana no Japão e deteriorou a relação com Washington.

A popularidade do primeiro-ministro japonês, que superava os 70% há oito meses, hoje não chega a 20% e em julho ele deve passar pela prova das urnas nas eleições que renovarão metade do Senado, onde carece de maioria.

O líder do partido Democrático ganhou por maioria absoluta as eleições de 30 de agosto com um programa que defendia uma relação "de iguais" com os EUA e a revisão do status das forças americanas no Japão, que tem 50 mil militares no país, metade em Okinawa.

No entanto, apesar de ter se empenhado, Hatoyama não conseguiu convencer nenhum prefeito a acolher a ruidosa base aérea e seus dois mil fuzileiros navais, muito menos uma folga de Washington.

O Japão e os EUA concordaram também em levar a base a seu novo local, em Nago, antes de 2014, mas os protestos poderiam atrasar a mudança.

Susumu Inamine, prefeito de Nago, afirmou hoje que a possibilidade de levar a base a sua localidade é "zero" e que não tem intenção de começar negociações a respeito, segundo a agência local Kyodo.

O ministro japonês de Defesa, Toshimi Kitazawa, se comprometeu hoje a buscar o apoio da população de Okinawa para o acordo e argumentou que as necessidades de segurança do Japão na região do Leste da Ásia tornam a permanência dos soldados dos EUA obrigatória.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página