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União Europeia deve propor alívio de bloqueio a Gaza
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os ministros de Assuntos Exteriores da União Europeia (UE) solicitarão na segunda-feira a ampliação da lista de artigos que podem entrar na faixa de Gaza, com o objetivo de fazer pressão para flexibilizar o bloqueio israelense ao território palestino.
O Conselho de Ministros do bloco europeu discutirá a situação em Gaza depois do ataque de Israel no dia 31 de maio, aos navios da frota que levaria ajuda humanitária à faixa, no qual oito ativistas turcos e um turco-americano foram mortos.
Os ministros devem aprovar um texto de conclusões que qualificará o bloqueio a Gaza de "inaceitável" e defenderão um mecanismo que permita à UE contribuir com o aumento de artigos que podem entrar no território palestino, disseram, hoje, fontes comunitárias.
Os titulares de Exteriores da UE destacaram que o "mecanismo de apoio" poderia trabalhar nas fronteiras ou no mar, e lembraram que já há uma missão europeia desdobrada na passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e o Egito, mas que "não está totalmente operante".
Segundo fontes da atual Presidência rotativa espanhola da UE, a Espanha e a chefe da diplomacia do bloco europeu, Catherine Ashton, estão trabalhando conjuntamente para a ampliação da lista de produtos autorizados a entrar em Gaza "não só em volume, mas também em sua diversidade".
Será proposta a autorização da entrada de materiais básicos para a construção civil, além de artigos que garantam a "subsistência mínima".
Essa ampliação, segundo fontes europeias, será positiva para melhorar tanto a situação humanitária na faixa de Gaza, quanto o trânsito de pessoas.
A UE pretende "fazer pressão" para que Israel levante o bloqueio ao território palestino, acrescentaram as fontes.
Israel impôs o bloqueio à faixa de Gaza em 2007, depois que o movimento radical islâmico Hamas assumiu o controle do território palestino.
Condições
A comunidade internacional voltou sua atenção ao bloqueio de Israel após três episódios recentes. O ataque ao navio turco "Mavi Marmara", que deixou nove ativistas mortos, a interceptação do navio irlandês "Rachel Corrie" e a ação contra um bote que matou quatro militantes palestinos ligados ao braço armado do Fatah.
Após pressão para aliviar as regras do bloqueio, Israel anunciou nesta quinta-feira que não levantará as restrições à faixa de Gaza até que seja permitido à Cruz Vermelha visitar o soldado israelense Gilad Shalit, capturado em 2006.
As declarações foram feitas pelo chanceler de Israel, o ultradireitista Avigdor Lieberman.
"É preciso dizer de forma clara que a condição mínima para levantar o bloqueio seria autorizar a Cruz Vermelha a visitar Gilad Shalit de forma regular", disse Lieberman em comunicado.
"Enquanto essa condição não for cumprida, não haverá nenhum motivo para haver nenhuma mudança na situação", acrescentou o ministro, que já tinha cogitado no domingo (6) a possibilidade de "abrir as passagens terrestre entre Israel e Gaza se os membros da Cruz Vermelha forem autorizados a visitar Shalit".
O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira, durante encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que "não só a situação em Gaza é insustentável, mas a situação no Oriente Médio também é, é tempo de ir em frente e chegar a uma solução com os Estados".
Obama prometeu US$ 400 milhões (R$ 735 milhões) em ajuda aos palestinos para construir casas e escolas na faixa de Gaza.
Soldado
Sequestrado na fronteira entre Israel e a faixa de Gaza em junho de 2006, em uma operação reivindicada pelo braço armado do Hamas e por outros dois grupos armados palestinos, o soldado Shalit, que também tem nacionalidade francesa, não pode receber visita nem da Cruz Vermelha, nem de sua família, nem de advogados.
Israel impôs um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo ao enclave palestino após o sequestro de Shalit. A medida foi reforçado em junho de 2007, quando o movimento radical islâmico Hamas tomou o poder na faixa de Gaza.
De todo modo, Israel informou na quarta-feira à ANP que pretende amenizar o bloqueio a Gaza e permitir a entrada de uma maior quantidade de alimentos, mas ainda mantendo a proibição a materiais de construção, segundo um oficial palestino.
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