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11/06/2010 - 18h02

França julgará chilenos à revelia por desaparecimentos na década de 70

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DA FRANCE PRESSE, EM PARIS

A França vai julgar à revelia 14 militares chilenos responsáveis pelo desaparecimento de quatro franceses na década de 70.

No processo figuram como réus principais o general Augusto Pinochet, líder da ditadura militar chilena (1973-1990) e morto em 2006; o ex-chefe da polícia secreta chilena, Manuel Contreras; e o ex-cabo nazista Paul Schaefer, que morreu em abril, quando já cumpria pena por abuso e tortura no Chile.

Os desaparecidos franceses são Georges Klein, conselheiro do presidente chileno deposto pelo golpe militar, Salvador Allende; o ex-sacerdote Etienne Pesle; e dois membros do movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), Chanfreau Alphonse e Yves Jean Claudet Fernandez.

Os quatro desapareceram entre 1973 e 1975.

O advogado, William Bourdon, confirmou que os militares serão julgados à revelia em dezembro e que é a primeira vez que os líderes da ditadura militar chilena serão levados a julgamento na França.

O julgamento será realizado entre 6 e 17 de dezembro, no Tribunal de Assizes. As acusações contra os militares são "detenção ilegal acompanhada ou seguida de tortura e barbárie".

A ação foi inicialmente programada para março de 2008, mas foi adiada. Os tribunais franceses emitiram mandados de detenção contra os militares entre 2001 e 2005.

Contreras, chefe da Direção de Inteligência Nacional (DINA) durante a ditadura Pinochet, foi considerado responsável por mais de 3.000 mortes e foi condenado a 300 anos de prisão pela Justiça do Chile.

Itália, Espanha e Bélgica já investigaram violações dos direitos humanos durante a ditadura chilena.

Em 1990, a França julgou à revelia o ex-capitão da Marinha argentina, Alfredo Astiz, pelo desaparecimento de duas freiras francesas durante a ditadura no país (1976-1983) e o condenou à prisão perpétua. Ele está preso na Argentina, onde também foi julgado.

 

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