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ONU vai distribuir produtos de navios atacados por Israel em Gaza
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DA EFE, EM NOVA YORK
As Nações Unidas informaram nesta terça-feira que foi alcançado um acordo para distribuir em Gaza a ajuda humanitária que seria levada a região por uma frota de navios que foi atacada pela Marinha israelense.
No Conselho de Segurança da ONU, o coordenador especial do organismo para o Oriente Médio, Robert Serry, disse que a responsabilidade foi aceita como "um fato excepcional", depois de consultar partes envolvidas no incidente.
"A ONU obteve o consentimento dos donos da carga dos três navios turcos para tomar posse e responsabilidade de toda a carga e assegurar sua pronta distribuição em Gaza por motivos humanitários", afirmou o diplomata.
Além disso, Serry disse que Israel aceitou a entrega por parte da ONU da carga de dez mil toneladas que se encontra nas adegas dos navios interceptados no dia 31 de maio em águas internacionais.
O coordenador disse ter razões para acreditar que o movimento radical islâmico Hamas, que controla a faixa palestina, não interferirá na distribuição da ajuda, além de que todas as partes respeitarão a independência da ONU no processo.
"Também é importante assinalar que a quantidade de material nos navios em questão, que inclui remédios e material de construção, é comparativamente modesta em comparação com as necessidades em Gaza", acrescentou.
O coordenador da ONU afirmou que o secretário-geral, Ban Ki-moon, mantém os contatos para estabelecer uma investigação internacional sobre o ataque israelense à frota e considera que a iniciativa "não é incompatível" com a comissão anunciada pelo Governo de Israel para investigar o fato.
"O fechamento e o bloqueio de Gaza deve terminar", disse o coordenador da ONU, que comemorou o "consenso internacional" sobre a necessidade de mudar a estratégia sobre o território palestino.
Ataque
No dia 31 de maio, militares israelenses atacaram uma frota internacional de ajuda humanitária que seguia para a faixa de Gaza com militantes pró-palestinos. Na ocasião, nove militantes turcos morreram e 20 pessoas ficaram feridas.
O ataque, realizado em águas internacionais, recebeu duras críticas de diversos países, que pedem, além de esclarecimentos a Israel, o fim do bloqueio a Gaza.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que o bloqueio viola a Convenção de Genebra e pediu o fim da medida.
Segundo o CICV, "toda a população de Gaza está sendo punida por atos pelos quais não têm responsabilidade".
Investigações
Israel anunciou nesta segunda-feira (14), a criação de uma comissão com a participação de dois observadores estrangeiros para investigar o ataque à frota em 31 de maio.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que o objetivo principal da investigação é provar ao mundo que a ação foi apropriada e seguiu padrões internacionais.
"A decisão do governo vai deixar claro ao mundo que Israel agiu legalmente, com responsabilidade e com total transparência", disse Netanyahu, citado pelo jornal israelense "Haaretz".
Ela que será presidida pelo juiz aposentado da Suprema Corte, Yaakov Tirkel, de 75 anos, e os dois observadores estrangeiros serão o prêmio Nobel da Paz irlandês David Trimble, ex-político protestante, e o ex-procurador geral do Exército canadense Ken Watlkin.
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