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08/07/2010 - 10h20

Obama afirma que União Europeia deveria aceitar entrada da Turquia no bloco

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DA EFE, EM ROMA

No mesmo dia em que o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, discute sobre a candidatura da Turquia à entrada na União Europeia com seu colega britânico William Hague, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que há o risco de Ancara voltar-se a outros aliados -- sobretudo o Irã e as nações árabes -- caso a Europa feche as portas para o país.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal italiano "Corriere della Sera", Obama fala do futuro do Afeganistão e do momento atual das relações internacionais da Turquia, depois do ataque da Marinha de Israel ao navio "Mavi Marmara", que causou a morte de nove ativistas turcos e afetou profundamente as relações bilaterais entre turcos e israelenses.

A Turquia é um "aliado da Otan e sua economia está em expansão. Além disso, o fato de ser uma democracia e um país de maioria islâmica o torna modelo importante para outros países muçulmanos. Por estas razões, consideramos positivo cultivar fortes relações com Ancara", comenta Obama.

"E esta é a razão pela qual, embora não sejamos membros da UE, sempre expressamos a opinião que seria sábia aceitar à Turquia na União. Reconheço que isto desperte sentimentos fortes na Europa e não acho que o ritmo lento ou a rejeição europeia seja o único ou predominante fator na raiz de algumas orientações observadas recentemente no comportamento turco", acrescenta.

Alianças

Mas, como diz o presidente americano, a não aceitação da Turquia na UE influencia no modo como o povo turco vê à Europa: "Se não se sentem parte da família europeia, é natural que terminem olhando para outro lado para buscar alianças".

"Apesar de que algumas coisas vistas, como a tentativa de mediar um acordo com o Irã sobre o tema nuclear, foram desafortunados, acho que foram motivadas pelo fato de que a Turquia tenha uma longa área de fronteira com o Irã e não quer nenhum tipo de conflito", indicou Obama.

"O que nós podemos fazer com Ancara é mantê-la em nossos compromissos, mostrar-lhe as vantagens que tem para eles a integração com Ocidente, com respeito a sua qualidade específica, a de uma grande democracia islâmica, e não atuar com medo por isto", acrescenta.

Afeganistão

Na entrevista, o presidente dos Estados Unidos falou ainda sobre a estratégia americana no Afeganistão e disse que ainda resta muito trabalho por fazer para estabilizar o país. A nova tática "prevê um aumento das tropas no terreno para debilitar a recuperação dos talebans e conseguir um maior compromisso na construção dos aparatos militares e de segurança afegãos".

"Antes da metade do ano que vem deveríamos começar a transição, mas isso não significa que será de uma tacada só. É mais, começaremos a ver tropas da polícia afegã a tomar nosso lugar e, uma gradual redução de nossa presença, compensada por um maior esforço afegão", indicou Obama.

"Será duro, será difícil, mas penso que é possível. Sobretudo se olharmos para o feito que os talibãs não têm o apoio do povo afegão: esta não é uma insurreição que tem o apoio popular. As pessoas ainda lembram quando eles estavam no poder. Mas o terreno é duro e o país, pobre. O Governo nacional tem ainda pouca capacidade, mas cresce", acrescenta.

O chefe da Casa Branca acredita que este é o motivo pelo qual se deve vencer não só no terreno militar, mas também ter êxito no treinamento das forças afegãs e no desenvolvimento econômico do país.

 

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