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08/07/2010 - 12h18

Imprensa fará greve na Itália contra a "lei da mordaça"

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DA FRANCE PRESSE, EM ROMA (ITÁLIA)

A Itália amanhecerá nesta sexta-feira sem relato da imprensa escrita e falada, em uma greve nacional dos jornalistas contra a "lei da mordaça", projeto do governo de Silvio Berlusconi que proíbe a divulgação de escutas telefônicas pela mídia.

O dia do silêncio foi decretado pela Federação Nacional de Imprensa para impedir que o Parlamento aprove a lei que limita o uso de escutas telefônicas e sua publicação.

A lei foi aprovada em 10 de junho passado pelo Senado italiano e agora deverá passar por uma nova leitura na Câmara de Deputados. O presidente italiano pode vetá-la como inconstitucional, mas tudo indica que deve assiná-la assim que possível.

Berlusconi considera essa norma indispensável para proteger a intimidade dos cidadãos. Ela limita o tempo de uma escuta a 75 dias, prorrogáveis a cada três dias.

O projeto, contudo, foi criticado pela oposição de esquerda e principalmente a magistratura, que considera que essa lei afeta a luta contra a máfia, baseada em sofisticados esquemas de escuta.

Em caso de violação, os donos dos jornais deverão pagar multa de até 464 mil euros e os jornalistas podem ser condenados a até 60 dias de prisão.

"É um gesto responsável para denunciar o governo e chamar a atenção da população frente a uma lei que afeta ao mesmo tempo a tutela da legalidade, a luta contra o crime organizado e a circulação livre e transparente da informação", escreve o jornal "La Reppublica", em seu editorial.

"Uma jornada de silêncio. Um grito de alarme lançado por aqueles que temem seus efeitos", afirma o jornal "Corriere della Sera". "O direito a vida privada e o direito a informação pode conviver, tal como ocorre em inúmeras democracias. Por que não na nossa?", questiona.

Na semana passada, milhares de pessoas saíram às ruas de Roma para protestar contra a lei.

 

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