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Após atentados que mataram 74, cinto com explosivos é encontrado em Uganda
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DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
A polícia de Uganda afirmou nesta terça-feira que encontrou um cinto com explosivos não detonados na capital Kampala. Algumas pessoas foram presas após o artefato ter sido achado. "Prisões foram feitas na tarde de ontem, após um cinto suicida não detonado foi encontrado na área Makindye", disse o porta-voz governamental Fred Opolot.
Ataques em Uganda são os mais violentos na região desde 1998
Análise:Explosões apontam para perigo da guerra na Somália
Saiba mais sobre o grupo que assumiu a autoria dos ataques
Uganda é a terceira maior economia do leste africano; saiba mais
No último domingo, atentados a bomba mataram ao menos 74 torcedores em um restaurante etíope e um clube de rugby em Campala, capital de Uganda. O grupo islâmico somali Al Shabab reivindicou a autoria do ataque como retaliação à participação ugandense na missão de paz da União Africana (Amisom) na Somália.
Arte/Folha | ||
O FBI (polícia federal americana) está colaborando na investigação dos atentados a bomba. A Interpol também ofereceu nesta segunda-feira seu "total apoio" às autoridades ugandenses.
AUTORIA
A polícia já suspeitava do grupo Al Shabab, ligado à rede terrorista Al Qaeda. O porta-voz do grupo, xeque Ali Mohamud Rage, disse que seus militantes levarão os ataques "contra nosso inimigo onde quer que ele esteja". "Ninguém vai nos deter de realizar nosso dever islâmico".
Ronald Kabuubi/Reuters | ||
Policiais ugandenses chegam à cena das explosões do domingo, que mataram ao menos 74 pessoas |
O Al Shabab, que sofre cada vez mais influência de militantes estrangeiros veteranos do Afeganistão e Iraque, ameaçava há tempos um ataque fora da fronteira somali, mas os atentados da noite deste domingo em Uganda são os primeiros.
A confirmação da autoria do grupo somali levanta preocupações sobre a capacidade e os motivos do Al Shabab, que os Estados Unidos consideram organização terrorista.
ATAQUE
O duplo atentado é o mais violento cometido na África oriental desde os ataques sucedidos contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 7 de agosto de 1998, que mataram ao menos 240 pessoas.
A primeira bomba foi detonada às 22h55 (16h55 em Brasília) no restaurante Vila Etiópia, no sul da capital de Uganda. Cerca de 20 minutos depois, duas bombas simultâneas atingiram os torcedores que viam a final entre Espanha e Holanda da Copa do Mundo no Lugogo Rugby Club.
Marc Hofer/AP | ||
Mesas e cadeiras reviradas após explosão em restaurante em Campala, onde torcedores viam final da Copa |
No principal hospital de Campala, dezenas de pessoas procuravam por seus familiares. Muitos dos feridos eram atendidos nos corredores, diante da falta de recursos e da superlotação.
Com sua camiseta manchada de sangue, Collins Zziwa passava pelos corredores em busca de um amigo que não apareceu mais. Poucas horas antes, ele estava com um grupo de amigos em frente à TV do clube de rugby.
Zziwa contou que poucos minutos antes do fim do segundo tempo ouviu duas explosões que transformaram a festa em uma tragédia. "Quando ocorreu a explosão, cai e quando estava levantando ouvi uma segunda explosão", disse.
VÍTIMAS
A polícia diz que as vítimas incluem ao menos dez etíopes, além de indianos e congoleses. O grupo de ajuda humanitária Invisible Children, com base na Califórnia (EUA), disse que o americano Nate Henn está entre os mortos no clube de rugby.
Benedicte Desrus/Reuters | ||
Paramédicos atendem civis feridos nas explosões deste domingo no Hospital Mulago, em Campala |
Vários americanos de uma igreja na Pensilvânia ficaram feridos no ataque, incluindo Kris Sledge, 18. Ele declarou da cama do hospital que estava 'feliz por estar vivo'.
O presidente americano, Barack Obama, condenou o que chamou de ataques covardes e deploráveis e disse que Washington está pronto para ajudar Uganda a caçar os responsáveis.
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, afirmou nesta segunda-feira que os terroristas deveriam combater soldados e não "pessoas que estão apenas se divertindo". "Iremos atrás deles, onde quer que estejam. Procuraremos por eles e os capturaremos, como sempre fazemos".
Entre as vítimas da tragédia, se encontra um cidadão americano que trabalhava para uma ONG em Campala. Além disso, cinco americanos ficaram feridos e foram hospitalizados.
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