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14/07/2010 - 11h04

Nova polêmica atinge ministro francês no centro do escândalo de doações ilegais

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DE SÃO PAULO

A imprensa francesa publicou nesta quarta-feira uma nova polêmica envolvendo o ministro do Trabalho, Eric Woerth, um dos principais personagens do escândalo de fraude fiscal e doações ilegais da herdeira da L'Oreal à campanha presidencial de Nicolas Sarkozy. Woerth teria vendido um hipódromo a um conhecido por um preço muito inferior ao de mercado.

A revista "Le Canard Enchaîné" assegura em sua edição desta quarta-feira que, seis dias antes de deixar de ser ministro do Orçamento, Woerth vendeu uma cota do bosque de Compiègne, no norte de Paris, com seu hipódromo e seu campo de golfe a uma associação amiga --que até então alugava essa parcela.

Horacio Villalobos /Efe
Ministro do Trabalho, Eric Woerth, participa dos eventos em memória da Tomada da Bastilha
Ministro do Trabalho, Eric Woerth, participa dos eventos em memória da Tomada da Bastilha

A Société des Courses de Compiègne comprou a cota por 2,5 milhões de euros, muito abaixo dos 20 milhões de euros de seu valor de mercado.

O presidente dessa sociedade, Antoine Gilibert, é um habitué do hipódromo e conhecido do ministro, segundo a revista, o que teria facilidade a boa compra.

Questionado pela agência de notícias France Presse, o Ministério do Orçamento desmentiu as acusações e disse que "a cessão do hipódromo de Compiègne aconteceu de forma absolutamente legal, no interesse do Estado".

O ministro está no centro de um escândalo que afundou a taxa de aprovação de Sarkozy e envergonhou o governo de centro-direita, que já enfrentou um momento difícil nas urnas municipais.

Woerth teria recebido 150 mil euros em dinheiro de Patrice de Maistre, principal conselheiro financeiro da herdeira da L'Oreal, Liliane Bettencourt, para a campanha de Sarkozy, em 2007. Na época, Woerth já ocupava o cargo de tesoureiro do partido governista União do Movimento Popular (UMP).

Segundo a ex-contadora de Bettencourt, Claire Thiboult, Maistre lhe pediu ainda para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.

O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.

O ministro está envolvido também nos escândalos de evasão fiscal da fortuna de Bettencourt. Gravações feitas ilegalmente por um mordomo revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros, nas quais aparece o nome da mulher de Woerth, Florence, em conversa sobre operações financeiras para a herdeira da L'Oreal sonegar impostos.

Os interlocutores dão a entender que o próprio Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.

Nesta terça-feira, o ministro anunciou que renunciará ao cargo de tesoureiro da UMP, em um esforço para tentar conter os danos do escândalo. Woerth se limitou a dizer que abandonará o posto no partido, mas não deu uma data.

Na véspera, o presidente Sarkozy reafirmou seu apoio a Woerth, e negou com veemência ter recebido ele próprio dinheiro da mulher mais rica da França.

"Eric Woerth é um homem profundamente honesto que vem sofrendo calúnia e mentira há três semanas", declarou no canal France 2, durante a primeira intervenção pública sobre o assunto que vem desestabilizando seu governo.

COM FRANCE PRESSE, EM PARIS (FRANÇA)

 

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