Oposição mexicana critica novo ministro do Interior nomeado por Calderón

Parlamentares da oposição receberam com receio e críticas a nomeação de José Francisco Blake como novo ministro do Interior do México. Blake foi apresentado pelo presidente mexicano, Felipe Calderón, como um especialista na luta contra a narcoviolência e o crime organizado.

O senador Ricardo Monreal Ávila, do minoritário Partido do Trabalho (PT), afirmou que Blake foi indicado por sua "amizade" com o mandatário e que tem "uma experiência muito reduzida com o âmbito político nacional".

Manlio Fabio Beltrones, coordenador no Senado do Partido Revolucionário Institucional (PRI) -- principal força política no Congresso --, duvidou que a substituição de Fernando Gómez Mont trará mudança profunda na condução da política interna do México.

Já o coordenador da bancada do PRD na Câmara de Deputados, Alejandro Encinas, assegurou que as mudanças no círculo mais próximo a Calderón fazem parte "do jogo de uma sucessão adiantada" --ao reacomodar algumas equipes com vistas à corrida presidencial de 2012.

O deputado do Partido Verde Ecologista Pablo Escudero assinalou, por sua vez, que o novo ministro do Interior tem um perfil muito baixo para ser responsável pela política interna do país.

Formado em Direito, Blake era secretário de Governo do Estado da Baixa Califórnia, além de ter sido deputado e ter ocupado uma cadeira no Congresso federal.

A Baixa Califórnia é onde fica Tijuana, que se tornou uma das cidades mais violentas do México por conta da ação de bandos aliados ao narcotráfico. A guerra das drogas deixou mais de 23 mil mortos desde a posse de Calderón, que tornou o combate ao narcotráfico sua prioridade.

Além de Blake Mora para o Interior, Calderón oficializou ontem Gerardo Ruiz Mateos, até então ministro da Economia, para a chefia do Gabinete da Presidência em substituição a Patricia Flores. No lugar de Ruiz assumiu Bruno Ferrari, ex-titular do organismo de promoção de investimentos ProMéxico.