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16/07/2010 - 22h39

Papa envia R$ 444 mil para reconstrução de escola no Haiti

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O papa Bento 16 enviou "uma primeira ajuda" de US$ 250 mil (cerca de R$ 444 mil) ao Haiti para reconstrução da escola São Francisco de Sales, em Porto Príncipe, que ficou totalmente destruída após o terremoto de janeiros.

A doação chegará ao Haiti por meio do Pontifício Conselho "Cor Unum", encarregado de distribuir a caridade do papa, segundo informou nesta sexta-feira o organismo do Vaticano.

Haiti tem recuperação lenta seis meses após terremoto; veja fotos

O presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum", o alemão Paul Josef Cordes, levará também outra doação em nome de Bento 16 para a Cáritas do Haiti. O valor não foi divulgado.

AJUDA HUMANITÁRIA

Ainda na quarta-feira (14) a enviada especial do Haiti na ONU (Organização das Nações Unidas), Leslie Voltaire, disse que o país recebeu menos de 2% dos cerca de US$ 10 bilhões (R$ 17,66 bilhões) que a comunidade internacional se comprometeu a investir na reconstrução do país após o terremoto de 12 de janeiro.

Durante uma reunião do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), Leslie afirmou que, seis meses depois do terremoto, as tarefas de reconstrução ainda não puderam começar.

Alexandre Meneghini/AP - 30.jun.10
Homem anda em meio a escombros no centro de Porto Príncipe quase seis meses após terremoto
Homem anda em meio a escombros no centro de Porto Príncipe quase seis meses após terremoto

"Ainda não saímos da fase de recuperação", lamentou a representante haitiana no encontro, dedicado à ajuda e ao desenvolvimento no país.

Segundo Leslie, "muitos resultados positivos" foram obtidos no último semestre, mas ainda não há soluções para as 1,5 milhão de pessoas que estão sem casa e vivem em tendas de campanha.

Uma das dificuldades é a falta de capacidade das entidades haitianas para absorver a ajuda recebida pelo país, o que espera que se resolva com a Comissão Interina para a Reconstrução do Haiti (CIRH), copresidida pelo enviado da ONU para o Haiti, Bill Clinton.

"O povo está cansado da situação", disse a representante haitiana, reconhecendo que os problemas de comunicação dentro do Governo do país dificultaram a coordenação da ajuda.

RECONSTRUÇÃO

De acordo com Leslie, engenheiros avaliaram o estado de 150 mil imóveis, mas seus proprietários não podem voltar aos considerados como estruturalmente seguros porque não se sabe se há perigo de deslizamento de terra em diversas áreas.

Além disso, explicou que a população também reclama de que não participa da preparação dos planos de reconstrução, mas ao mesmo tempo as autoridades são reticentes a anunciar compromissos que não têm certeza de que poderão cumprir.

A prioridade do governo ao longo dos próximos seis meses é a reconstrução de estradas, escolas e hospitais.

O coordenador de Assuntos Humanitários da ONU no Haiti, Nigel Fisher, reconheceu em seu discurso que o país se encontra em uma situação de transição delicada após a catástrofe.

Houve avanços no fornecimento de refúgios de emergência, assim como na reabertura de portos, aeroportos e escolas.

Ao mesmo tempo, acrescentou Fisher, se agravou a carência de acesso a serviços básicos e empregos que ocorria antes do terremoto e que são os dois assuntos que mais importam aos desabrigados.

TRAGÉDIA

Em 31 de março, a comunidade internacional se comprometeu em uma conferência de doadores a fornecer US$ 9,9 bilhões (R$ 17,5 bilhões) para a reconstrução do Haiti. Mais da metade desse valor deveria ser entregue nos próximos três anos.

Seis meses depois do terremoto, as organizações humanitárias asseguram que as condições de vida no Haiti continuam péssimas.

A catástrofe deixou 230 mil mortos, 300 mil feridos e destruiu 60% da infraestrutura do Governo. Além disso, quase 200 mil casas ficaram inabitáveis.

O valor total das perdas chega a US$ 7,8 bilhões (R$ 13,7 bilhões), mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do Haiti em 2009.

 

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