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Chefe taleban afegão ordena morte de colaboradores da missão internacional, diz Otan
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A dois dias da chegada de representantes de 70 nações e organizações para a Conferência de Cabul, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) divulgou uma mensagem em que o líder espiritual do grupo islâmico Taleban, mulá Mohammed Omar, pede a captura e o assassinato de todos os civis que colaboram com a missão internacional.
Caso seja genuína, a carta marca uma mudança das diretrizes do Taleban. No ano passado, o próprio mulá Omar pediu aos militantes que evitassem ferir civis --mesma estratégia, aliás, ordenada pelo comando das tropas internacionais do país, em um esforço para conquistar o apoio do povo afegão.
Em entrevista coletiva, o porta-voz da missão da Otan no Afeganistão, Josef Blotz, explicou que o líder supremo dos insurgentes deu diretrizes para que se mate qualquer afegão, independentemente de seu sexo, que dê informação às forças internacionais.
O mulá Omar teria pedido ainda a seus combatentes que "lutem até a morte sem se render" contra as tropas estrangeiras e procurem capturar soldados com vida. Ele também teria ordenado a ampliação dos esforços no recrutamento de pessoas que tenham acesso a bases militares ou a informações, e insistiu na necessidade de adquirir armamento pesado.
Todas estas diretrizes estão, segundo a Otan, em uma mensagem dirigida em junho aos seus comandantes subordinados. O documento foi interceptado por militares da aliança atlântica no Afeganistão. Omar é tido como o fundador do movimento taleban que emergiu durante a guerra civil nos anos 90. Ele não é visto há anos e acredita-se que está refugiado em algum local do Paquistão.
"Isso prova que os talebans estão dispostos a ignorar seu próprio código de conduta quando sentem que estão perdendo influência e controle", ressaltou o porta-voz.
Blotz disse estar "100% certo" de que a carta veio do líder taleban, embora não tenha revelado como a autenticidade foi verificada, alegando proteção das fontes da Otan.
Na próxima terça-feira será realizada a Conferência de Cabul, em que 70 países e representantes da ONU e da Otan devem analisar a estratégia do governo afegão para o desenvolvimento e a estabilidade do país. Entre os participantes, estarão os chefes da Otan e da ONU e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
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