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26/07/2010 - 08h06

Mídia expõe segredos de guerra dos EUA

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CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Mais de 91 mil documentos secretos obtidos pelo site Wikileaks revelam detalhes de uma guerra do Afeganistão mais difícil e mais sanguinária do que os Estados Unidos querem fazer crer.

Entre as informações que vieram a público ontem está a existência de um destacamento militar especial para capturar ou matar insurgentes sem direito a julgamento.

Em um dos maiores vazamentos da história militar americana, os arquivos, que vão de janeiro 2004 a dezembro de 2009, mostram ainda que o Taleban está mais forte do que no início do conflito, em 2001, e que centenas de mortes de civis deixaram de ser relatadas oficialmente.

As informações provêm de relatórios de inteligência, registros internos de incidentes, descrições de ataques inimigos e de reuniões com políticos locais, entre outros.

Os documentos revelam planos secretos para eliminar líderes da Al Qaeda e do Taleban, a expansão das atividades de inteligência na região e dúvidas sobre o envolvimento do Irã e do Paquistão com os insurgentes.

Os arquivos mostram que há a suspeita de que o serviço secreto paquistanês tem servido de guia para insurgentes afegãos, apesar de o país receber mais de US$ 1 bilhão ao ano do governo americano para ajudar a combater grupos extremistas.

Aliado dos EUA, o Paquistão teria permitido que representantes de seu serviço de inteligência se encontrassem com o Taleban em sessões secretas para orquestrar grupos militantes que lutam contra soldados americanos.

Os documentos sugerem que os paquistaneses se envolveram também com a Al Qaeda e em planos para matar líderes afegãos.

O embaixador paquistanês nos EUA, Husain Haqqani, criticou as acusações e classificou o vazamento de "irresponsável". Segundo Haqqani, o Paquistão está plenamente comprometido com a luta aos insurgentes.

O conselheiro de Segurança Nacional, Jim Jones, também divulgou comunicado em que condena a divulgação dos documentos e ressalta que eles refletem o período de 2004 a 2009. O democrata Barack Obama substituiu o republicano George W. Bush em janeiro de 2009.

"Em dezembro de 2009, o presidente Obama anunciou uma nova estratégia, com aumento substancial de recursos para o Afeganistão e maior foco nos refúgios da Al Qaeda e do Taleban no Paquistão", diz o comunicado. Segundo Jones, "essa mudança de estratégia respondeu aos desafios" da guerra.

Para a Casa Branca, o vazamento "coloca em risco americanos e aliados e ameaça a segurança nacional".
O governo dos EUA, no entanto, não negou o conteúdo dos textos vazados.

 

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