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Chanceler venezuelano insiste em retificação de novo governo da Colômbia
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DA EFE, EM BUENOS AIRES
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, pediu nesta terça-feira em Buenos Aires apoio dos vizinhos sul-americanos para um plano de paz para a região e insistiu que Caracas considera necessária uma "retificação" do próximo governo colombiano, que a partir do próximo dia 7 será presidido por Juan Manuel Santos.
Maduro chegou hoje à capital argentina depois de passar por Montevidéu para se reunir com a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e com o secretário-geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), Néstor Kirchner.
O chanceler venezuelano está fazendo uma viagem pela América do Sul para expor os argumentos de seu governo na crise diplomática com a Colômbia, depois que as relações entre os dois países foram rompidas na última quinta-feira.
Em paralelo, o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, faz uma viagem anteriormente planejada pela América Latina. Santos, que não quis se pronunciar sobre o conflito antes de assumir a Presidência, se reunir ontem à noite também com Kirchner e Cristina em Buenos Aires.
RETIFICAÇÃO
Em uma breve entrevista coletiva na residência oficial argentina, Maduro disse acreditar que é "necessária uma retificação a fundo por parte do próximo governo da Colômbia em sua relação com a Venezuela".
"Houve e há vontade política para construir um novo modelo de relação baseado no respeito absoluto, na sociedade venezuelana", acrescentou.
Apesar das evidentes diferenças entre os modelos políticos dos dois países, apontou Maduro, "é possível coexistir pacificamente e conviver como bons vizinhos".
"Estamos dispostos a avançar neste caminho sobre a base do respeito absoluto à integridade de nossa nação e a retificação das políticas de agressão permanente à Venezuela", afirmou o chanceler.
"Vamos esperar a chegada do novo governo (de Juan Manuel Santos) e a evolução dos eventos para poder avançar nesse sentido", declarou.
"A solução é ir à paz na Colômbia e construir a paz, e a solução deve ser construída com a América do Sul", ressaltou Maduro na presença de seu colega argentino, Héctor Timerman, que expressou a vontade da Argentina de colaborar na busca de uma saída pacífica para o conflito.
MEDIAÇÃO
Maduro ressaltou a importância da reunião mantida com Néstor Kirchner, com uma "conversa muito franca, muito direta", para preparar a reunião de chanceleres de Unasul prevista para a próxima quinta-feira em Quito e para explicar os detalhes da "agressão" do governo colombiano contra a Venezuela.
O chanceler contou que não se falou de "mediação" durante a conversa com Kirchner e reiterou que a Venezuela apresentará uma "proposta concreta" em Quito.
Maduro disse confiar em poder abrir "um caminho para uma nova etapa de construção da paz em nosso continente".
Como fez após sua reunião com o presidente do Uruguai, José Mujica, Maduro defendeu a necessidade de impulsionar um plano de paz regional para contribuir para a pacificação da Colômbia.
É necessário, afirmou, que a América do Sul "estenda sua mão e sua experiência para estimular um processo de paz, uma saída negociada para o conflito armado na Colômbia e que permanentemente transborda para a região".
Maduro, que esteve ontem no Brasil e hoje também no Paraguai, viajará nas próximas horas para o Chile para se reunir com seu colega Alfredo Moreno. Amanhã, vai para Peru e Bolívia, última escala de sua viagem regional, prévia ao encontro de chanceleres de Unasul.
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