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Obama exige soltura de americanos; Irã rejeita pressão e prossegue investigações
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DE SÃO PAULO
Um dia após a exigência do presidente dos EUA, Barack Obama, pela soltura de três montanhistas americanos presos em Teerã há um ano, o governo do Irã reagiu dizendo que o o assunto é um tema judicial e não político, e que as investigações prosseguirão normalmente.
O porta-voz da chancelaria da República Islâmica, Ramin Mehmanparast, declarou neste domingo que o caso dos três cidadãos norte-americanos detidos no Irã "é um tema judicial" ao qual as pressões políticas não podem afetar.
Os americanos Shane Michael Bauer, Joshua Felix e Sarah Emily Shourd foram detidos no dia 31 de julho do ano passado após atravessar ilegalmente a fronteira entre Iraque e Irã e são acusados de espionagem pelas autoridades iranianas.
freethehikers.org/AP | ||
Os três montanhistas americanos estão presos na República Islâmica desde o dia 31 de julho de 2009 |
Os detidos, assim como suas famílias, asseguram que são turistas que se perderam durante uma excursão e entraram por erro no Irã.
"Os três norte-americanos foram detidos pela entrada ilegal no território iraniano, portanto seu delito é óbvio e devem responder por isso como qualquer outra pessoa", reiterou Mehmanparast em declarações citadas pela agência semi-oficial iraniana "Fars".
O porta-voz iraniano rejeitou qualquer relação entre a detenção destas três pessoas com os iranianos detidos nos EUA e afirmou que os três norte-americanos foram tratados conforme as normas islâmicas e humanas durante seu cativeiro.
INVESTIGAÇÕES
O porta-voz da diplomacia iraniana acrescentou que "as entidades competentes estão estudando as acusações de cometer atos contra a segurança da República Islâmica do Irã".
Uma investigação tenta esclarecer se três americanos detidos no Irã há um ano cometeram "ações" com "a intenção de atuar contra a segurança" desse país, informou neste domingo a chancelaria iraniana.
"Os três americanos foram detidos por ingresso ilegal em território iraniano. Seu crime é óbvio e deverão prestar contas à justiça", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast.
OBAMA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exigiu nesta sexta-feira a libertação imediata dos três americanos presos no Irã há um ano.
Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama afirma que a detenção "injusta" dos americanos "não tem nada a ver com os assuntos que seguem separando os EUA e a comunidade internacional do Irã".
A libertação dos três turistas é "um imperativo humanitário", pois os jovens são "inocentes", diz a nota.
"Nunca trabalharam para o governo dos EUA. Simplesmente, são jovens de mente aberta, aventureiros que representam o melhor dos EUA e do espírito humano", segue o texto.
Raheb Homavandi/Reuters | ||
Mães dos alpinistas americanos falam à imprensa ao lado de seus filhos, presos em Teerã há um ano |
"Nunca tiveram nenhuma disputa com o governo iraniano e sentem um grande respeito pelo povo desse país", ressalta Obama, que aponta o "sofrimento" das famílias dos jovens.
Após lembrar que falou com as mães dos três presos nesta semana, as quais receberam permissão do governo iraniano para visitar seus filhos na prisão, Obama disse que, embora o gesto seja "bem-vindo", não pode "imaginar quão difícil foi para essas três valentes mulheres voltar para casa sem seus filhos".
O presidente americano também reivindica do governo iraniano informações sobre o paradeiro do agente do FBI (polícia federal americana) Robert Levinson, desaparecido no Irã há três anos e sobre quem não há notícias desde então.
"Todos os americanos se unem em apoio aos nossos cidadãos que sofrem detenções injustas no exterior e não descansaremos até que retornem", concluiu Obama.
MÃES
Ainda no fim de maio as mães dos três montanhistas americanos visitaram o Irã, e puderam se encontrar com seus filhos. Os apelos ao governo, no entanto, não renderam resultados e as três retornaram aos EUA sem conseguir trazer os detentos de volta.
Na sexta-feira (30), as três realizaram um protesto em Nova York junto a meia centena de pessoas para voltar a exigir a libertação dos jovens.
Com cartazes que proclamavam "um ano é suficiente, deixem-nos ir", "vingança para o Irã", os manifestantes protestaram em frente à sede da embaixada do Irã diante da ONU (Organização das Nações Unidas), no centro de Manhattan.
"Tenho um filho inocente que padece na prisão junto a outros dois amigos inocentes, é hora de poderem regressar à casa", disse Laura Fattal, mãe de Josh Fattal, 27 anos, um dos três presos.
"O estresse mental e psicológico de meu filho e de seus dois amigos depois de um ano de prisão é terrível", comentou Laura Fattal, que há dois meses pôde visitar seu filho na prisão de Teerã, onde ele está detido.
"Não voltamos a ter novidades desde que retornamos", disse Cindy Hickey, mãe de Shane Bauer.
Ela agradeceu o governo americano pelas gestões realizadas, mas comentou que "se estivessem fazendo o suficiente, Shane, Sarah e Josh já teriam voltado".
Sobre a possibilidade de realizar outra visita a Teerã, Nora Shourd, mãe de Sarah, disse que "não queremos voltar lá para vê-los, queremos é que eles retornem de uma vez por todas para casa".
COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
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