Governo brasileiro oferece apoio a tratamento de câncer de líder do Paraguai

O governo brasileiro dará todo o apoio necessário ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para que ele seja levado amanhã a São Paulo, onde se submeterá a exames médicos no Hospital Sírio-Libanês por causa de um câncer linfático diagnosticado na semana passada.

"O Brasil está dando todo o apoio logístico nas condições que daríamos a qualquer autoridade que nos pedisse esse tipo de ajuda", disse o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Ele assinalou que não tem detalhes da viagem de Lugo a São Paulo, mas fontes paraguaias anunciaram no sábado passado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ao colega paraguaio seu avião oficial para que viaje amanhã e se submeta a exames na capital paulista.

"Já está tudo coordenado com os médicos e com as autoridades paraguaias. O mais importante é que o presidente Lugo tenha tratamento e recuperação plena", acrescentou Garcia em São Paulo, onde acompanha Lula em uma reunião com o presidente salvadorenho, Mauricio Funes.

MARATONA

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, reapareceu brevemente em público neste domingo para abrir uma maratona de 42 km em homenagem ao bicentenário da independência do país, dois dias depois de ser diagnosticado com câncer linfático, informou a imprensa local.

Sua reaparição coincide com a divulgação neste domingo de novos exames que confirmaram que há outro gânglio linfático afetado, na região do tórax. O diagnóstico foi divulgado na sexta-feira com base em uma biópsia dos gânglios que foram retirados na quarta-feira.

Lugo, ex-bispo católico de 59 anos, partidário da Teologia da Libertação, viajará na terça-feira a São Paulo no avião oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser internado no hospital Sírio Libanês.

No hospital, serão realizados exames rigorosos para investigar o estágio da doença, seu tratamento e os medicamentos que deverá tomar, informou o médico de Lugo, Néstor Martínez.

Rafael Ursúa/Efe

Fernando Lugo (dir.) assiste a maratona ao lado do ministro dos Esportes do país, Paulo Reichardt

A aparição deste domingo ocorreu em meio à surpresa que a notícia causou nos meios políticos, onde já se levanta a possibilidade de o vice-presidente, Federico Franco, do Partido Liberal (direita), assumir o cargo.

O governante tinha operado a próstata em janeiro passado e conta com antecedentes de câncer na família.

O linfoma pode invadir outros órgãos do corpo e seu único tratamento é a quimioterapia, a um ritmo de uma ou duas sessões por mês, com internações de no mínimo 12 horas cada, no espaço de seis meses. Esse tipo de câncer é curável em 60% dos casos, segundo os médicos oficiais.

"Este câncer é potencialmente curável", disse a ministra da Saúde, Esperanza Martínez.