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10/08/2010 - 09h58

Chefe da Marinha uruguaia se demite após fraude milionária

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DA EFE, EM MONTEVIDÉU

O comandante-em-chefe da Marinha uruguaia, Oscar Debali, apresentou a sua demissão após a abertura de um inquérito sobre suposto desvio de até US$ 5 milhões da verba da instituição. O escândalo já custou o cargo de outros quatro funcionários, incluindo um adido militar uruguaio no Brasil.

O ministro Luis Rosadilla pode anunciar já nesta terça-feira se aceita a demissão de Debali. Rosadilla fará uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira na qual promete anunciar "progressos significativos" sobre o caso.

O sobrinho do comandante Debali, tenente Ernesto Menafra, membro da Quinta Divisão de Pessoal (Comunicações), já foi indiciado pelo crime de peculato em envolvimento com o caso.

O caso começou a aparecer na imprensa em 20 de julho passado, quando o ministro anunciou o afastamento de quatro oficiais depois de detectar uma fraude milionária na instituição.

A juíza encarregada do caso, Graciela Gatti, especializada em crime organizado, investiga a existência de uma rede de notas frias de compra de material na Marinha, desvio de fundos para pagar as missões de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) e uma conta secreta alimentada com dinheiro público na Alemanha, fora dos controles oficiais.

O desvio de fundos teriam ocorrido no período de 2006 a 2009 e podem chegar a US$ 5 milhões. a primeira compra investigada foi a de um guindaste hidráulico e uma bancada de testes de motores. O Estado teria pago, em 2008, US$ 600 mil pelo material, que nunca foi entregue.

A denúncia das compras frias foi feita anonimamente à Procuradoria e sugere que as irregularidades foram realizadas sistematicamente na Marinha durante vários anos.

Gatti também ordenou o interrogatório de cerca de 40 empresários fornecedores da Marinha para determinar se existe uma rede comercial fantasma.

Nesta segunda-feira, o ministério revelou que o capitão da Marinha Alvaro Bacque foi preso por ter retirado, de forma fraudulenta, vale compras para combustível no valor de 7,5 milhões de pesos uruguaios (US$ 370 mil), entre abril e maio deste ano.

Bacque, que trabalhou na área de contabilidade do Ministério da Defesa, havia sido demitido do cargo na semana passada por Rosadilla. O ministro foi companheiro de armas do presidente José Mujica na guerrilha Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros --que atuava contra os governos constitucionais e contra a ditadura militar (1973-1985) e foi duramente reprimida pela Forças Armadas e pela polícia.

 

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