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14/08/2010 - 20h59

Lugo defende acordo entre Colômbia e Venezuela em primeira aparição após cirurgia

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DA EFE, EM ASSUNÇÃO

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, destacou neste sábado no 4º Fórum Social das Américas, em Assunção, o restabelecimento das relações entre Colômbia e Venezuela. Lugo também reafirmou sua condenação ao golpe de Estado de 2009 em Honduras e defendeu a integração regional.

Em seu primeiro ato oficial após retornar do Brasil, onde iniciou um tratamento do câncer linfático detectado na semana anterior, Lugo defendeu a "integração soberana da América Latina em seu conjunto".

Lugo participou do fórum poucas horas depois de chegar de São Paulo, onde após quatro dias de hospitalização lhe confirmaram que ele sofre de um linfoma em um gânglio inguinal -- que lhe foi extirpado em 4 de agosto, em um nódulo no mediastino (tórax) que não pode ser extraído -- e em uma lesão extra linfática na terceira vértebra.

"Quero aproveitar esta oportunidade para saudar os povos de Venezuela e Colômbia pela maturidade de entender que já não há lugar para a guerra neste continente", disse Lugo perante os participantes do fórum, que reúne milhares de pessoas de mais de 500 representantes de organizações populares.

O presidente paraguaio considerou também que o "aperto de mãos" entre os presidentes Juan Manuel Santos, da Colômbia, e Hugo Chávez, da Venezuela, demonstra que a América Latina "anda pelo caminho do diálogo para a construção".

"E, apesar da crise entre seus governos, há um só povo que vive e é feliz em uma só terra", acrescentou Lugo.

O governante paraguaio lembrou também que seu governo foi um dos primeiros da região a condenar o conflito em Honduras, que se originou no dia 28 de junho de 2009, quando o então presidente, Manuel Zelaya, foi derrubado.

"Vamos continuar reivindicando Justiça para que os companheiros hondurenhos possam ter a reparação real daquele tremendo dano à democracia", asseverou.

"O fórum social é o refúgio da dignidade latino-americana (...), na busca incansável da terra sem mal, que já pressagiaram nossos ancestrais guaranis", assinalou Lugo.

Ele expressou que sua realização em Assunção representa "um respaldo" ao processo político que há dois anos o levou ao poder.

A chegada de Lugo à Presidência do país à frente de uma coalizão de ampla base ideológica colocou fim a uma hegemonia de 61 anos no poder do conservador Partido Colorado.

Já o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, abonou a rede de críticas escutadas ao longo destes dias contra o capitalismo e os países desenvolvidos, além de advertir sobre a ameaça que representa o aquecimento global.

Choquehuanca representou no painel "Soberania e integração: Nossa América está no caminho" o presidente boliviano, Evo Morales, que não pôde chegar a tempo ao Paraguai.

Evo chega neste domingo, junto com o presidente do Uruguai, José Mujica, para participar dos atos do 473º aniversário da fundação de Assunção.

"Hoje estamos perante muitas ameaças, há tentativas de instalação de bases militares. A crise global provocada pelo capitalismo, mais de 14 milhões de pessoas perderam tudo no Paquistão por causa dos desastres naturais", disse Choquehuanca.

A quarta edição do Fórum Social das Américas, que reúne cerca de oito mil pessoas de vários países do continente e inclui também debates sobre meio ambiente, militarização, hegemonias políticas e igualdade de gênero, entre outros, termina neste domingo com um ato do qual participarão Lugo, Morales e Mujica.

 

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