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França expulsa 60 ciganos em ação contra imigrantes ilegais
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, expulsou nesta quinta-feira um grupo de 60 ciganos, como parte de suas medidas contra os imigrantes ilegais. Os ciganos partiram em um avião para a Romênia e são os primeiros de um total de 700 ciganos em situação irregular que devem ser obrigados a deixar o país.
A medida causou mal-estar na União Europeia, já que a Romênia faz parte do bloco. O presidente romeno, Traian Basescu, afirmou nesta quinta-feira que a expulsão dos ciganos prova a necessidade de um programa europeu de integração --um pedido de seu país desde 2008.
Gonzalo Fuentes/Reuters | ||
Ciganos fazem check-in para embarcar de volta à Romênia após serem expulsos da França |
Os 60 ciganos decolaram de Lyon, no centro-leste da França, rumo a Bucareste em um voo regular da companhia romena Blue Air. O grupo chegou sob escolta policial ao aeroporto a bordo de dois ônibus.
Segundo o ministério romeno do Interior, um total de 93 ciganos serão repatriados para a Romênia nesta quinta-feira, na primeira operação desse tipo desde o endurecimento da política francesa em relação a esta minoria.
A França prevê a repatriação, antes do fim do mês, de 700 ciganos em situação irregular para Romênia e Bulgária no âmbito do plano de retorno voluntário a seus países de origem, uma decisão que acentua a polêmica pela política de segurança do governo.
Em 2009, 44 voos deste tipo foram organizados e 10 mil romenos e búlgaros foram levados para seus países, segundo as autoridades francesas.
Como cidadãos da UE, os ciganos podem voltar à França sem visto e permanecer legalmente por até três meses --o que dificulta o controle sobre a minoria.
Cerca de 400 mil pessoas, 95% delas francesas, fazem parte da comunidade cigana na França. O restante é formado por ciganos de origem búlgara, romena e de outros países dos Bálcãs, cujo número aumenta constantemente, segundo o governo.
Calcula-se que haja 15 mil ciganos em situação irregular na França.
CRÍTICAS
A ONU (Organização das Nações Unidas) criticou severamente a França por estabelecer uma relação entre imigração e insegurança. Na França, o governo de direita foi acusado pela esquerda de promover um "racismo de Estado".
A Comissão Europeia afirmou nesta quarta-feira que está acompanhando atentamente a polêmica repatriação de ciganos romenos e búlgaros que a França prepara para os próximos dias, aconselhando o governo francês a respeitar as regras sobre a proteção dos cidadãos europeus.
Romênia e Bulgária, de onde são oriundos os 700 ciganos passíveis de repatriação, tornaram-se membros da União Europeia em 1º de janeiro de 2007.
Apesar de posições contraditórias, o governo está convencido de que todo este tema fortalece Sarkozy frente às eleições presidenciais de 2012, após o escândalo sobre as doações ilegais da mulher mais rica da França, Liliane Bettencourt, herdeira do grupo L'Oréal, à campanha do presidente em 2007.
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