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Queniano é condenado a prisão por tentar vender homem albino
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FUMBUKA NG'WANAKILALA
DA REUTERS, EM DAR ES SALAAM (TANZÂNIA)
O queniano Nathan Mutei, 28, foi condenado a 17 anos de prisão por tentar vender um homem albino a curandeiros na Tanzânia, informou a mídia local nesta quinta-feira.
Partes dos corpos de albinos --doença genética que deixa a pessoa com pouca ou nenhuma pigmentação na pele, cabelo e olhos-- são vendidas em algumas regiões da Tanzânia, Burundi e outros países africanos na crença de que trazem sorte e riqueza e para serem usadas em atos de feitiçaria.
Um tribunal no noroeste da Tanzânia determinou a sentença após Mutei se declarar culpado das acusações de tráfico humano e abdução com a intenção de vender um homem albino, também queniano, por 400 milhões de xelins tanzanianos (R$ 462 mil).
Ao menos 53 albinos foram assassinados desde 2007 na Tanzânia. Partes dos corpos deles foram vendidas para uso em feitiçaria, especialmente nas regiões remotas de Mwanza e Shinyanga, ambas regiões de mineração de ouro, altamente supersticiosas. Há cerca de 170 mil albinos hoje na Tanzânia.
"Pelo crime de tráfico humano, você irá à prisão por nove anos ou pagará uma fiança de 80 milhões de xelins. Pelo segundo crime, você irá à prisão por oito anos", disse o juiz de Mwanza Angelous Rumisha, segundo o jornal Mwananchi.
As sentenças de Mutei são pagas simultaneamente para cada condenação, significando que ele passará apenas nove anos em uma cadeia tanzaniana já que não pagou a fiança. O Mwananchi informou que Mutei foi preso no dia 16 de agosto.
Um grupo de albinos tanzanianos elogiou a decisão da corte, mas pediu por punições mais severas. "Estamos satisfeitos com a conclusão rápida do julgamento, porque esses casos têm se arrastado por muito tempo", disse à Reuters Zihada Ali Msembo, secretário-geral da Sociedade Albina da Tanzânia.
"Entretanto, achamos que nove anos na prisão é uma sentença muito leve. Esse homem deveria ter sido condenado à prisão perpétua, porque sabia muito bem que esse pobre albino que tentava vender seria assassinado."
A Tanzânia terá eleições presidenciais e parlamentares em outubro. A Sociedade Albina da Tanzânia teme uma nova onda de mortes de albinos na segunda maior economia da África antes do pleito.
É comum que políticos visitem curandeiros durante as eleições, acreditando que os poderes deles consigam aumentar suas chances de vitória.
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