Policial mata dois militares espanhóis no Afeganistão

Um policial afegão matou a tiros dois guardas civis espanhóis e um intérprete naturalizado espanhol durante um curso de formação no Afeganistão, informou nesta quarta-feira o ministro do Interior da Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba.

Os dois guardas civis davam um curso de formação para os policiais na base militar espanhola de Qalaw-i-Naw, na Província de Badghis, no noroeste do Afeganistão, quando foram atingidos por vários tiros, explicou o ministro à rádio Cadena SER.

"Em uma aula, um dos alunos atirou nos dois guardas civis e no intérprete, que também era de nacionalidade espanhola, e matou os três", afirmou Rubalcaba.

De acordo com Rubalcaba, as forças de segurança responderam ao ataque e mataram o assassino.

Ainda não se sabe o motivo dos assassinatos, mas já houve episódios de militantes e simpatizantes do grupo islâmico Taleban que se aproveitam da onda de contratação nas forças de segurança para se infiltrarem.

Pouco depois do tiroteio, cerca de 2.000 afegãos se juntaram nas ruas da cidade para protestarem contra as tropas espanholas, informou o porta-voz do governador provincial de Badghis, Abdullah Durani.

Os manifestantes incendiaram imóveis, quebraram as janelas do escritório do governador e gritaram contra as tropas.

As lojas e escritórios do distrito de Qalaw-i-Naw fecharam as portas, explicou Durani, que assegurou que os manifestantes pretendiam atacar a base espanhola.

A Espanha tem um contingente de 1.270 militares na região oeste do Afeganistão. A Guarda Civil é uma força paramilitar espanhola que fica sob comando do Ministério do Interior.

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) confirmou as mortes e disse que o crime ocorreu durante uma "sessão de supervisão" entre as forças afegãs e da aliança militar.

Os oficiais afegãos também relataram o incidente, dizendo que um policial afegão morreu em uma troca de tiros com guardas espanhóis em Qalaw-i-Naw. Eles dizem estar investigando o incidente.