Promotoria sueca abre investigação de assédio contra fundador do WikiLeaks

A Promotoria da Suécia anunciou nesta quarta-feira a abertura da investigação preliminar por assédio contra o fundador do WikiLeaks, Julian Assange. O outro caso, uma acusação de estupro que rendeu uma ordem temporária de prisão contra Assange, foi encerrado por falta de indícios.

Assange nega as duas acusações e diz que as denúncias são uma tática do Pentágono para desmerecer seu site, uma espécie de Wikipedia de documentos vazados, que causou polêmica ao publicar mais de 91 mil páginas de documentos militares secretos sobre a guerra do Afeganistão.

No sábado (21), a procuradora-geral, Eva Finné, suspendeu uma ordem de prisão contra Assange emitida por outro procurador e disse que ele não era mais suspeito de estupro. Ela continuou investigando, contudo, a denúncia da suposta vítima para verificar se havia um caso de crimes menores, incluindo assédio ou assédio sexual.

Finné, contudo, manteve um segundo caso de assédio apresentado por uma outra suposta vítima. a procuradora afirmou que o fundador do WikiLeaks deve ser interrogado.

A legislação sueca define uma grande lista de ofensas sob o título de assédio, incluindo contato físico inapropriado com outro adulto ou alguém que importune ou incomode uma pessoa. A pena máxima prevista é de um ano de prisão, embora a punição mais comum seja uma multa.

O advogado das duas supostas vítimas, Claes Borgström, disse que vai recorrer da decisão de Finné de encerrar o caso de tentativa de estupro.

O australiano Assange chegou ao país há duas semanas para participar de um seminário em Estocolmo e dar várias conferências --período no qual os suposto crimes teriam ocorrido. Ele está hospedado na casa de um amigo no norte da Suécia.

O advogado de Assange, Leif Silbersky, diz que seu cliente rejeita as alegações e mantém que não fez nada errado moralmente ou legalmente.

O advogado criticou ainda a forma como a Promotoria cuidou do caso, incluindo a ampla divulgação do nome de Assange.