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Debate sobre visita do papa Bento 16 continua intenso no Reino Unido
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DA ANSA, EM LONDRES
O debate sobre a viagem que o papa Bento 16 fará ao Reino Unido entre os dias 16 e 19 de setembro, contra a qual diversas manifestações estão sendo preparadas por ativistas locais, foi reacendido com a discussão de uma moção em oposição ao fato da visita ser de Estado.
Membros de diversas posições, católicos e laicos seculares, estiveram no evento realizado ontem no centro de Londres e promovido pela Associação Humanista Britânica (BHA) e pela organização Catholic Voices com o objetivo de encorajar o diálogo sobre o tema.
O grupo Protest the Pope, que participou das conversas e reúne diversas entidades que contestam a viagem, está organizando uma série de iniciativas que coincidirão com a estadia do pontífice, entre as quais uma manifestação no centro de Londres no dia 18, quando o papa celebrará uma missa para milhares de pessoas no Hyde Park.
A viagem será a primeira visita pontifícia de Estado ao Reino Unido desde os tempos da Reforma. Em 1982 João Paulo 2º (1978-2005) esteve no país, mas em uma visita 'pastoral'. A estadia de Bento 16 é a resposta a um convite das autoridades civis e religiosas locais.
O filósofo humanista A.C. Grayling e o ativista de direitos humanos Peter Tatchell se expressaram contra a vista de Estado, afirmando que o evento não deveria ser financiado pelos contribuintes britânicos.
Segundo eles, as razões para isso são que o Vaticano não é verdadeiramente um Estado, conforme sua opinião; que as religiões são entidades autoconstituintes e como tais deveriam se financiar com fundos próprios; e que a Igreja Católica foi instrumento para esconder crimes cometidos por seus membros, e portanto o Papa não deveria ser acolhido com todas as honras.
Os dois se referiram aos escândalos de pedofilia contra padres cujas denúncias se intensificaram no ano passado e afetaram diversos países -- entre eles o Reino Unido. Este é um dos maiores pontos de conflito dos manifestantes, que também condenam Bento 16 por seu posicionamento contrário a leis de igualdade a favor dos homossexuais.
Os defensores da visita foram o jornalista Austen Ivereigh e o padre Christopher Jamison. O religioso contestou a visão dos humanistas, assinalando como a Santa Sé, antes ainda que o Vaticano, é uma entidade soberana, criada e reconhecida anteriormente aos Pactos de Latrão --que instituíram o Estado da Cidade do Vaticano em 192 -- e que hoje mantém relações diplomáticas com 178 países.
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