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Acompanhado da família, 28º dissidente cubano chega à Espanha
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Mais um ex-preso político chegou nesta sexta-feira à capital espanhola. Alfredo Domínguez Batista, de 48 anos e membro do Movimento Cristão de Libertação foi libertado pelo governo cubano na companhia de sete familiares.
Responsáveis do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) espanhol receberam a família no Aeroporto Internacional de Madri/Barajas e os levaram depois até o hotel onde se alojarão durante os primeiros dias de sua estadia no país.
Domínguez foi preso junto a outros 75 dissidentes durante a chamada "Primavera Negra" de 2003, e cumpria uma condenação de 14 anos.
O ex-preso cubano é o segundo de um novo grupo de seis opositores ao regime castrista cuja libertação foi anunciada semana passada pelo Arcebispado de Havana. Ainda na quinta-feira (2) Próspero Gaínza Agüero foi o primeiro do grupo a chegar à Espanha.
Com a saída de Domínguez já são 28 os presos políticos cubanos que chegaram à Espanha seguindo o processo de libertações resultante do diálogo aberto em maio entre o Governo de Raúl Castro e a alta hierarquia da Igreja Católica em Cuba, e apoiado pelo Executivo espanhol.
CRÍTICAS
Ainda no dia 21 de agosto um grupo de 164 dissidentes cubanos enviou uma carta ao papa Bento 16 para criticar a "lamentável e vergonhosa" postura da hierarquia católica da ilha em sua mediação com o governo de Raúl Castro sobre os presos políticos.
"Alguns dos católicos que assinam esta carta e outros que talvez incorporem suas assinaturas não estão de acordo com a postura da hierarquia eclesiástica cubana em sua intervenção pelos presos políticos, é lamentável e de fato vergonhosa", diz o documento entregue na Nunciatura Apostólica em Havana, de acordo com o relato da dissidente Marta Beatriz Roque, uma das signatárias.
A carta dirigida a Bento 16 critica o processo de diálogo aberto em maio passado entre o governo do presidente cubano, Raúl Castro, e a Igreja Católica da ilha, representada pelo cardeal Jaime Ortega e o presidente da conferência dos bispos cubanos, Dionisio García.
Como resultado desse diálogo, que foi apoiado pela Espanha, o regime cubano assumiu o compromisso de libertar 52 presos políticos em quatro meses, todos membros do grupo dos 75 opositores condenados na repressão da Primavera Negra de 2003.
Os dissidentes que assinam a carta ao papa defendem que a mediação deveria ter ouvido a dissidência interna e o exílio, que há mais de 20 anos, dizem, estão lutando pelo restabelecimento da democracia.
EXPATRIAÇÃO
Segundo os signatários, as 26 libertações ocorridas até agora constituem a "solução da expatriação", já que esses presos políticos foram libertados e imediatamente conduzidos a um avião para tirá-los de Cuba rumo à Espanha.
Depois de sete anos "injustamente presos", esse "êxodo", dizem os dissidentes, "só beneficia a ditadura".
Em reação, o Arcebispado de Havana chamou de "ofensivo" o conteúdo dessa carta e disse que despertou "indignação" entre muitos fiéis católicos.
Em comunicado, o Arcebispado afirma também que a Igreja Católica sabia que sua mediação perante o governo seria interpretada de diversas formas, mas "permanecer inativa não era uma opção válida para a Igreja por sua missão pastoral".
"A ação da Igreja a favor do respeito à dignidade de todos os cubanos e a harmonia social em Cuba não começou há 20 anos, e foi uma ação que não se apoiou, nem se apoiará nunca, em tendências políticas", acrescenta a nota do Arcebispado.
Segundo o comunicado, a Igreja em Cuba "não desviará sua atenção daquilo que a motivou a atuar neste processo: a exigência humanitária de famílias que sofreram pelo encarceramento de um ou mais de seus membros".
"Isto é algo que o papa Bento 16 conhece muito bem", ressalta a nota.
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