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08/09/2010 - 13h49

México confirma morte de dois investigadores do massacre de imigrantes ilegais

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DA FRANCE PRESSE, EM NUEVO LAREDO (MÉXICO)
DE SÃO PAULO

A Promotoria do Estado mexicano de Tamaulipas confirmou nesta quarta-feira que foram encontrados os corpos de dois investigadores do massacre de 72 migrantes ilegais, incluindo dois brasileiros, em um rancho na cidade de San Fernando.

Roberto Jaime Suárez, o promotor investigador, e Juan Carlos Suárez, secretário de segurança do povoado de San Fernando, estavam desaparecidos desde 24 de agosto, pouco depois de chegar ao rancho onde, nesse mesmo dia, havia sido descoberta a matança.

Os corpos de ambos foram localizados no município de Méndez, também em Tamaulipas, junto a documentos que permitiram estabelecer sua identidade, segundo comunicado da Promotoria.

A Procuradoria-geral disse anteriormente desconhecer se o desaparecimento tinha relação com a investigação do massacre, de autoria do cartel Los Zetas.

Um jovem equatoriano sobreviveu ao massacre fingindo-se de morto. Ferido com um tiro na garganta, ele chegou a um posto da Marinha mexicana e contou às autoridades sobre o massacre de imigrantes brasileiros e equatorianos. Mais tarde, ele disse que outras três pessoas se salvaram do massacre, incluindo uma mulher grávida e sua filha.

Freddy relatou que os estrangeiros foram sequestrados por um grupo criminoso, quando tentavam chegar à fronteira com os EUA. Os homens disseram pertencer ao grupo Los Zetas, e ofereceram trabalho como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais. Quando os imigrantes recusaram a oferta, os criminosos atiraram.

A Marinha foi até o local e entrou em confronto com o grupo. Pouco depois, encontrou os corpos no rancho. Segundo a polícia, as vítimas parecem ter sido amarradas com os olhos vendados antes de serem enfileiradas em uma parede e mortas a tiros.

Dois brasileiros foram identificados entre os 72 imigrantes mortos. Ambos moravam em cidades vizinhas a Governador Valadares (MG), região do Estado conhecida por ser uma das principais exportadoras de mão de obra brasileira para os Estados Unidos.

Juliard Aires Fernandes, 20, era de Santa Efigênia de Minas --com cerca de 4.500 moradores-- e Hermínio Cardoso dos Santos, 24, de Sardoá --cerca de 5.500. As duas localidades ficam a 10 km de distância. Tanto Juliard quanto Hermínio são de pequenas propriedades rurais distantes do centro dos municípios.

Amigos e parentes ouvidos pela Folha dizem que os dois deixaram o Brasil há cerca de um mês e, desde então, não haviam mais entrado em contato avisando onde estavam. A intenção dos dois, afirmam, era migrar para os Estados Unidos.

O governo mexicano responsabiliza o cartel Los Zetas, um dos mais violentos do país, pelas mortes. Os imigrantes teriam sido interceptados quando pretendiam ingressar ilegalmente nos Estados Unidos, através da fronteira com o México, em busca de trabalho.

 

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