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Japão pede calma à China em meio a aumento da tensão nas relações bilaterais
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Japão pediu nesta segunda-feira que a China permaneça calma e não piore as rusgas diplomáticas entre os dois países. O apelo foi feito após Pequim suspender contatos de algo nível e cancelar uma visita de jovens japoneses, por causa da detenção de um capitão chinês de um barco pesqueiro perto de ilhas em disputa.
A ação da China levou as já tensas relações bilaterais para um nível ainda mais tenso, e mostrou que Pequim está disposta a jogar duro com seu rival asiático em assuntos de integridade territorial --o que inclui disputar com o Japão os campos de gás no Mar Oriental da China.
No final do domingo, Pequim anunciou o rompimento de contatos ministeriais e de nível das províncias, voltou atrás em conversas sobre assuntos de aviação e adiou encontros para discutir assuntos ligados a energia, incluindo uma segunda rodada de negociações com o Japão sobre reservas de gás.
Hoje, uma organização oficial chinesa de jovens cancelou uma visita de 1.000 jovens japoneses a Xangai, pondo mais pressão para que o Japão. "Considerando a situação atual das relações entre China e Japão, achamos que não é um bom momento para sediar tais eventos", disse um representante da Federação de Jovens All-China, em anonimato. A chancelaria japonesa reclamou da suspensão, que estava prevista para começar nesta terça-feira.
Tudo começou em 7 de setembro, quando um barco pesqueiro chinês colidiu com duas patrulheiras japonesas, que exigiram que parasse e permitisse uma inspeção, quando trabalhava em águas das ilhas Diaoyu, disputado pelos dois países e por Taiwan. Os 14 tripulantes retornaram à China na segunda-feira passada com um voo fretado por Pequim, enquanto o capitão continuou detido no Japão para investigação. A China anunciou a suspensão de contatos logo após uma corte japonesa aprovar a prorrogação de dez dias de detenção para o capitão Zhan Qixiong, no domingo.
As tensões atuais levaram os laços para os piores níveis desde o governo do ex-premiê japonês Junichiro Koizumi (2001-2006), cujas repetidas visitas a um templo de guerra no Japão enfureceram a China.
Isso levantou questões sobre a cooperação entre as nações em reuniões internacionais, como a cúpula da ONU em Nova York esta semana, sobre as metas do milênio e o combate à pobreza, da qual o premiê japonês, Naoto Kan, e o presidente chinês, Wen Jiabao, participam.
Enquanto competidores, as economias de China e Japão --segundo e terceira maiores do mundo-- tornaram-se mais ligadas nos últimos anos e não houve sinais até o momento de que a disputa possa preocupar as relações de negócios.
O porta-voz de Kan, Noriyuki Shikata, disse que a China ainda não comunicou oficialmente a suspensão de contatos e relações.
"Nós pedimos calma e ações prudentes da China para não piorar mais a situação", disse Shikata. Qualquer decisão chinesa de suspender contatos seria "realmente lamentável", disse ele.
Shikata disse que a investigação sobre o caso do capitão chinês está sendo conduzido sob a lei interna japonesa, sem levar em conta questões políticas.
Enquanto isso, o chanceler chinês disse que as ações do Japão prejudicaram seriamente as relações.
"Se o Japão age de forma insistente, cometendo erro após erro, a China vai tomar fortes medidas em resposta, e todas as consequências serão carregadas pelo lado japonês", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Ma Zhaoxu.
ANÁLISE
O professor Liang Yunxiang, da Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Pequim, disse que a China foi forçada a responder de forma vigorosa por causa da pressão da opinião pública.
A China também deve protestar contra a punição do Japão ao capitão chinês sob a lei japonesa, pois não fazer isso seria equivalente a aceitar os pedidos de soberania japonesa sobre as ilhas, disse ele.
"Se o Japão soltasse o capitão agora, daria para ambos os lados algum espaço de manobra. A China acreditaria que suas reclamações tiveram algum efeito e o Japão poderia dizer que o capitão já cumpriu a punição segundo a lei japonesa", disse Liang.
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