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Japão liberta capitão de barco chinês preso há duas semanas
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DE SÃO PAULO
O Japão soltou e irá repatriar o capitão do pesqueiro chinês, preso desde o dia 7 de setembro, informaram nesta sexta-feira as agências de notícias. Os 14 tripulantes retornaram à China na segunda-feira passada em um voo fretado por Pequim.
Segundo a agência Associated Press, os procuradores de Ishigaki, ilha no sul do Japão, onde o capitão foi detido, disseram que iriam libertá-lo, mas ainda não estava claro quando isso iria ocorrer. Já a TV pública japonesa, NHK, afirmou que o capitão foi solto às 15h (horário local) e devia retornar rapidamente à China.
De acordo com a agência japonesa Kyodo, as autoridades japonesas decidiram libertá-lo "em consideração aos laços entre Japão e China".
O barco de Zhan Qixiong bateu em navios da guarda costeira japonesa, que exigiram que parasse e permitisse uma inspeção, quando trabalhava em águas das ilhas Diaoyu, disputado pelos dois países e por Taiwan. Os 14 tripulantes retornaram à China na segunda-feira passada com um voo fretado por Pequim, enquanto o capitão continuou detido no Japão para investigação.
A prisão aumentou a tensão entre os dois países, que disputam o controle dessas ilhas -- controladas pelo Japão, mas reivindicadas pela China. Na última terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, exigiu a liberdade 'imediata e incondicionalmente' para o capitão. 'Se não, a China vai tomar outras ações', disse Wen, em visita de três dias aos Estados Unidos.
No final do domingo (19), logo após uma corte japonesa aprovar a prorrogação de dez dias de detenção para Qixiong, Pequim anunciou o rompimento de contatos ministeriais e de nível das províncias, voltou atrás em conversas sobre assuntos de aviação e adiou encontros para discutir assuntos ligados a energia, incluindo uma segunda rodada de negociações com o Japão sobre reservas de gás.
Na segunda-feira, uma organização oficial chinesa de jovens cancelou uma visita de 1.000 jovens japoneses a Xangai, pondo mais pressão para que o Japão. "Considerando a situação atual das relações entre China e Japão, achamos que não é um bom momento para sediar tais eventos", disse um representante da Federação de Jovens All-China, em anonimato. A chancelaria japonesa reclamou da suspensão, que estava prevista para começar nesta terça-feira.
TENSÃO
A ação da China levou as já tensas relações bilaterais para um nível ainda mais tenso, e mostrou que Pequim está disposta a jogar duro com seu rival asiático em assuntos de integridade territorial --o que inclui disputar com o Japão os campos de gás no Mar Oriental da China.
As tensões atuais levaram os laços para os piores níveis desde o governo do ex-premiê japonês Junichiro Koizumi (2001-2006), cujas repetidas visitas a um templo de guerra no Japão enfureceram a China.
Isso levantou questões sobre a cooperação entre as nações em reuniões internacionais, como a cúpula da ONU em Nova York esta semana, sobre as metas do milênio e o combate à pobreza, da qual o premiê japonês, Naoto Kan, e o presidente chinês, Wen Jiabao, participam.
Enquanto competidores, as economias de China e Japão --segundo e terceira maiores do mundo-- tornaram-se mais ligadas nos últimos anos e não houve sinais até o momento de que a disputa possa preocupar as relações de negócios.
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