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Governo holandês propõe banir burca em troca de apoio a corte de gastos
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DA REUTERS
Dois partidos de centro-direita da Holanda concordaram em apresentar um projeto para banir o uso da burca --véu islâmico que cobre todo o rosto e corpo da mulher-- nos locais públicos em troca de apoio do Partido Cristão Democrata (PCD) à coalizão governista no Parlamento e a um pacote de profundos cortes orçamentários.
Se o PCD rejeitar o pacote de restrição nos gastos públicos, o impasse político sobre como resolver o buraco de 5,8% do PIB vai continuar. O pacote, apresentado nesta quinta-feira, prevê cortes de US$ 24 bilhões no Orçamento e visa a diminuir o buraco do deficit para dentro dos limites estabelecidos pela União Europeia até 2013.
O pacote, contudo, inclui ainda regras mais rígidas de imigração, aumenta o número de policiais e transforma as cafeterias em clubes fechados.
A expectativa é que o Senado seja cortado em um terço, haja menos funcionários ministérios e governos locais e grandes cortes nos gastos com cultura e comunicação. O líder do Partido da Liberdade, Geert Wilders, disse que o pacote vai cortar a imigração de não ocidentais pela metade.
Membros proeminentes do PCD já criticaram publicamente uma aliança com Wilders, que enfrenta julgamento por incitar o ódio contra muçulmanos. Mas o futuro da aprovação do pacote, no próximo sábado, ainda é incerto.
O que se sabe é que o papel do PCD é essencial, já que a coalizão minoritária de governo não conseguiu apoio suficiente nem dentro de seus correligionários no Parlamento.
"Eu estou com muito medo que o Congresso vote a favor", disse o ex-premiê holandês Dries van Agt, ao jornal "De Volkskrant".
O ex-ministro de Saúde Ab Klink, do PCD, que saiu das negociações sobre a aprovação do pacote por oposição à proposta de imigração, pediu aos colegas de partido que votem contra o pacote.
"O acordo não é bom para cristãos democratas e também não é bom para o país", disse Klink.
O líder do PCD, Maxime Verhagen, cujo futuro político depende da aprovação deste pacote do qual foi copatrocinador, disse a repórteres estar confiante de que as medidas receberão "grande maioria" no Parlamento.
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