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Coalizão xiita escolhe premiê Maliki e pode encerrar impasse de seis meses no Iraque
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DE SÃO PAULO
A Aliança Nacional, uma coalizão de partidos xiitas do Iraque, decidiu apoiar a continuidade do governo do premiê Nouri Al Maliki, disseram membros da aliança nesta sexta-feira, em uma medida que pode encerrar os seis meses de impasse político desde as eleições legislativas de 7 de março.
As eleições foram vistas como um grande passo dos iraquianos rumo à democracia, após décadas sob a ditadura violenta de Saddam Hussein e uma sequência de golpes de Estado antes dele.
Os resultados deram uma vitória apertada para a Iraqiya, aliança xiita com apoio sunita, com 91 das 325 cadeiras do Parlamento. Logo atrás, a exclusivamente xiita Estado de Direito, de Maliki, obteve 89 cadeiras. A também xiita Aliança Nacional Iraquiana (ANI) obteve 70 cadeiras e outras 43 ficaram com a aliança curda. Eram necessárias 163 cadeiras para um governo sem coalizão.
Desde o início, uma coalizão entre o grupo de Maliki e a ANI era considerada a mais previsível por suas raízes xiitas. Juntos, as duas coalizões precisariam ainda de mais algumas poucas cadeiras para garantir a maioria simples e derrubar a Iraqiya. Mas a ANI recusava um segundo mandato de Maliki, que por sua vez se recusa a deixar o cargo e chegou a desafiar a oposição a apresentar um candidato melhor.
Os dois partidos decidiram, contudo, se unir na Aliança Nacional, que inclui ainda o movimento político sadrista, liderado pelo clérigo antiamericano xiita Moqtada al-Sadr, e facções menores.
As dificuldades de negociação política no Iraque têm profundas raízes históricas. De um lado, os xiitas ainda defendem ter direito à maior parte do governo como compensação pelos anos como a maioria excluída no Iraque de Saddam.
Do outro lado, os sunitas reclamam a exclusão no novo governo democrático sob Maliki. Eles se recusam ainda a admitir que são minoria no Iraque. O país não realiza um censo desde 1987 (o governo promete encerrar o novo estudo em 24 de outubro deste ano) e dados étnicos precisos são inexistentes. Contudo, de modo geral se fala em mais de 50% da população iraquiana xiita, outros 25% sunitas, 20% curdos e o restante de turcomanos, cristãos e outros.
Já os curdos, que acompanham o processo de negociação mais de longe, são considerados um "inimigo" em comum dos árabes xiitas e sunitas, por quem são vistos como separatistas.
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