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UE e EUA firmam acordo para evitar alertas de terrorismo desnecessários
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DA EFE
A União Europeia (UE) e os EUA decidiram nesta quinta-feira buscar fórmulas mais adequadas para comunicar a existência de ameaças terroristas, com o objetivo de informar os cidadãos sem um "alarmismo desnecessário".
Assim explicou a ministra do Interior da Bélgica, Annemie Turtelboom, após a reunião de hoje entre os ministros do Interior dos 27 países-membros da UE, o coordenador antiterrorismo do bloco, Gilles de Kerchove, e a subsecretária de Segurança Nacional dos EUA, Jane Holl Lute.
UE e EUA decidiram buscar uma melhor maneira de comunicar os avisos de ameaças depois de a representante americana justificar o alerta à população como uma obrigação de manter seus cidadãos informados.
Além disso, as 27 nações europeias e Washington firmaram acordo para realizar uma vez por ano reunião dos respectivos ministros do Interior, com o objetivo de debater a melhor maneira de combater a ameaça terrorista, encontro que terá a participação da secretária de Segurança Nacional dos EUA, Janet Napolitano.
Após sucessivos alertas de possíveis atentados terroristas disparados nos últimos dias, gerando dúvidas quanto à real existência de riscos, Kerchove havia dito ontem que "são reais" as ameaças de atentados na Europa, sobre os quais EUA e Japão também alertaram seus respectivos cidadãos.
"As ameaças de terrorismo na UE são reais", manifestou Kerchove em declaração divulgada pelo canal de televisão do bloco europeu.
"As autoridades políticas não atemorizariam seus habitantes se não tivessem nenhum indício", acrescentou o coordenador comunitário antiterrorista.
ALERTAS
EUA, Japão, Reino Unido, França e Suécia alertaram seus cidadãos do aumento do risco de ataques terroristas na Europa nos últimos dias. Kerchove explicou que o alerta terrorista sobre a UE "nunca deixou de existir" e que "se inscreve dentro de um contexto de ameaça permanente".
Charles Platiau/Reuters | ||
Soldados franceses patrulham estação de trem em Lyon; país é um dos que divulgaram alertas nos últimos dias |
"Sabemos que a Al Qaeda, entre outros grupos, tem a intenção de levar a cabo atentados de grande transcendência", declarou o coordenador antiterrorista comunitário.
O Departamento de Estado americano emitiu no domingo uma advertência sobre os riscos de viajar à Europa, recomendando aos americanos que se mantenham atentos em lugares públicos do Velho Continente por temor de um possível atentado.
A recomendação foi divulgada depois de as agências de inteligência ocidentais detectarem um suposto complô da Al Qaeda para realizar atentados terroristas contra cidades do Reino Unido, Alemanha e França.
Um dia mais tarde, o governo do Japão também emitiu um alerta com o mesmo teor do comunicado americano.
COOPERAÇÃO
Desde os atentados do 11 de Setembro, a UE e os EUA cooperam estreitamente na luta antiterrorista transatlântica, com acordos como a de troca de informações bancárias de supostos terroristas (Swift) e de dados de passageiros aéreos (PNR), cuja renovação será discutida nesta tarde.
A Europa não costuma aparecer entre os lugares mais preocupantes, embora esta situação possa mudar após as agências de inteligência ocidentais detectarem um suposto complô da Al Qaeda para realizar ataques contra cidades do Reino Unido, Alemanha e França.
Segundo a mídia europeia informou recentemente, os jihadistas planejam sequestrar civis ocidentais e assassiná-los em ataques similares aos que realizaram contra dois hotéis na cidade indiana de Mumbai em 2008.
As agências ocidentais acham que o plano deixou de ser uma simples ideia e passou para fase de preparação, embora não se saiba quais são exatamente os alvos, apesar de acreditarem que sejam prédios muito conhecidos.
Os últimos ataques militantes em larga escala bem-sucedidos na Europa foram os ataques a bomba contra o sistema de transporte de Londres, em julho de 2005, que mataram 52 pessoas. Homens-bomba mataram 191 pessoas em trens em Madri em março de 2004.
TURISMO
Especialistas temem que os alertas e as notícias recentemente divulgadas pela imprensa possam afetar o setor de turismo na Europa, e desanimar aqueles que planejavam cruzar o oceano Atlântico vindos dos EUA.
"Acho que se alguém estava buscando uma desculpa para não viajar, então aí está a saída", disse George Hobica, fundador do site Airfarewatchdog.com. "Porém, não acho que a maioria das pessoas vá mudar os planos, a menos que a ameaça seja muito específica."
O impacto poderia aumentar se a ameaça levar a novas medidas de segurança, mais rígidas, em aeroportos e outros locais, avalia Henry Harteveldt, analista de viagens da Forrester Research.
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