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07/10/2010 - 14h19

Vazamento de lixo tóxico na Hungria já mata peixes no rio Danúbio

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DA FRANCE PRESSE

Começaram surgir nesta quinta-feira os primeiros peixes mortos no rio Danúbio, alcançado horas antes pelo vazamento de lama tóxica de um reservatório na região sudoeste da Hungria.

"Posso confirmar que temos perdas esporádicas comprovadas de peixes no Danúbio", disse o chefe da unidade regional para desastres, Tibor Dobson. "Os peixes mortos foram observados no local em que o rio Raab desemboca no Danúbio."

O conteúdo tóxico da lama já havia "destruído todo o ecossistema, matando todos os peixes e a vegetação", segundo o governo húngaro, do rio Marcal, próximo ao local do vazamento e que desemboca no Raab.

"O Marcal recebeu sua condenação de morte", afirmou Dobson.

Desde o início do vazamento, ao menos quatro pessoas morreram, entre elas uma criança de três anos, e mais de 150 ficaram feridas, a maioria com queimaduras e irritação nos olhos, de acordo com novo balanço de vítimas do governo húngaro.

Laszlo Balogh/Reuters
Membro de equipe de resgate caminha na lama tóxica no vilarejo de Kolontar, um dos mais atingidos por desastre
Membro de equipe de resgate caminha na lama tóxica no vilarejo de Kolontar, um dos mais atingidos por desastre

Autoridades temem que a lama se alastre por outros países banhados pelo Danúbio, um dos maiores da Europa. O rio passa por Croácia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Ucrânia e Moldova antes de desaguar no mar Negro.

Mais cedo, o governo havia manifestado otimismo quanto à possibilidade de que a dimensão do rio acabasse diluindo o conteúdo tóxico da lama e lograsse evitar a contaminação de países vizinhos.

DESASTRE

Desde o rompimento do reservatório de uma refinaria na cidade de Ajka (160 km a oeste de Budapeste), na segunda-feira, cerca de 1 milhão metros cúbicos de resíduos tóxicos foram espalhados pela região de Kolontar e outras duas vilas.

Arte Folha
mapa do local do vazamento na Hungria
mapa do local do vazamento na Hungria

O vazamento carregou carros nas ruas, danificou casas e pontes, e levou ao menos 400 moradores a deixarem a região.

Para o secretário de Estado do Ministério do Meio Ambiente, Zoltan Illés, este é o acidente químico mais grave da história da Hungria. "O vazamento de lama vermelha é uma catástrofe ecológica."

A lama vermelha é um resíduo do processo de transformação da bauxita em alumina, matéria-prima do alumínio. A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três toneladas de lama vermelha.

RECUPERAÇÃO

O governo húngaro estima que serão necessários pelo um ano e milhões de dólares para limpar as cidades atingidas pelo desastre ambiental, que levou à decretação de estado de emergência em três cidades do sudoeste do país.

O premiê Viktor Orban visitou nesta quinta-feira a cidade de Kolontar e disse não ver motivo para a remoção de destroços em ao menos uma parte do vilarejo, uma vez que, segundo ele, será impossível alguém voltar a viver lá.

"É difícil encontrar palavras. Se isso tivesse acontecido à noite, todos estariam mortos", afirmou Orban.

O premiê voltou a dizer que o desastre é a maior catástrofe ambiental da história da Hungria e descartou que tenha tido causas naturais. "Um erro humano é mais do que provável. A parede [do reservatório] não se desintegrou em um minuto. Isso deveria ter sido detectado."

 

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