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Irã critica Banco Mundial por recusar empréstimo
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LESLEY WROUGHTON
DA REUTERS, EM WASHINGTON
O Irã acusou nesta sexta-feira o Banco Mundial de adotar um "comportamento discriminatório" ao recusar um novo empréstimo ao país.
Em discurso na sessão plenária do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o ministro iraniano da Economia, Shamseddin Hosseini, disse que a assistência humanitária e ao desenvolvimento não é parte das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) ao programa nuclear do seu país.
As potências ocidentais, lideradas pelos EUA, acusam o Irã de querer desenvolver armas nucleares, mas Teerã insiste que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos. O Conselho de Segurança da ONU aprovou este ano uma quarta rodada de sanções ao Irã por causa de seu programa nuclear.
Ele diz que o banco está violando seus regulamentos ao se recusar, desde 2005, a discutir novos termos na chamada Estratégia de Assistência ao País (CAS, na sigla em inglês), e que isso está privando o Irã de recursos para o seu desenvolvimento.
"O ponto chocante é que, com base em um questionamento feito pelo departamento jurídico do Banco Mundial, os projetos humanitários e de desenvolvimento são excluídos das sanções impostas ao Irã", disse Hosseini, "e em nenhuma parte do parecer jurídico podem ser encontradas razões para reduzir as relações e não financiar novos projetos."
BANCO MUNDIAL
Parlamentares dos Estados Unidos têm pressionado o Banco Mundial, presidido pelo norte-americano Robert Zoellick, a não emprestar dinheiro ao Irã, e ameaçaram retirar verbas da instituição caso isso ocorra.
Segundo o site do Banco Mundial, a instituição, voltada para o combate à pobreza, não aprova novos empréstimos ao Irã desde 2005. "Como já informamos às autoridades (iranianas), por causa das recentes sanções e das incertezas que cercam bancos individualmente estamos revendo todos os nossos arranjos para desembolsos," disse uma fonte do Banco Mundial à Reuters.
Hosseini disse que em suas reuniões com o Banco Mundial ouviu alusões às sanções da ONU e à "opinião negativa de alguns países" com razões para a recusa ao empréstimo.
"Minha questão central é se esse comportamento se baseia na boa gestão ou em observações políticas", declarou Hosseini.
Citando cláusulas específicas dos regulamentos, Hosseini disse que o Banco Mundial está "proibido de ter qualquer interferência em assuntos políticos dos países membros, ou ser influenciado pela inclinação política dos países membros."
Ele acrescentou que, embora o Banco Mundial tenha suspendido a liberação de empréstimos previamente aprovados ao Irã, a instituição continua cobrando juros e outros encargos.
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