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11/10/2010 - 11h53

Filipinas decide não abrir processo criminal contra envolvidos em morte de reféns

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O governo das Filipinas poupou de acusações criminais autoridades civis e policiais envolvidas na fracassada operação de resgate de turistas em um ônibus que resultou em oito mortes, no final de agosto. Os envolvidos deverão enfrentar apenas sanções administrativas.

A decisão foi anunciada nesta segunda-feira com base em relatório de uma equipe ligada ao presidente, Benigno Aquino, que contrariou o resultado de uma investigação levada a cabo por uma comissão independente -- a qual recomendava os processos criminais.

No dia 23 de agosto, um ex-policial filipino tomou um ônibus com turistas na capital do país, Manila, mantendo-os reféns durante quase 12 horas. O sequestro foi acompanhado em tempo real por emissoras de televisão e exibido no mundo todo.

Dennis M. Sabangan/Efe
A polícia filipina se prepara para entrar no ônibus onde Rolando Mendoza manteve até 25 reféns
A polícia filipina se prepara para entrar no ônibus onde Rolando Mendoza manteve até 25 reféns

Durante a fracassada operação, o sequestrador abriu fogo contra os reféns, matando oito turistas de Hong Kong. O episódio atraiu duras críticas à atuação das autoridades envolvidas e estremeceu as relações das Filipinas com a China, que pedi investigações sérias.

O sequestrador, Rolando Mendoza, 55, foi morto a tiros pelos agentes que entraram no ônibus. E, no mês passado, o governo chegou a admitir a possibilidade de tiros da própria polícia terem acertado os reféns.

O painel encarregado de investigar o caso recomendou que o prefeito de Manila, Alfredo Lim, aliado do governo, e o ex-chefe de polícia da cidade respondessem a processos criminais pelas mortes.

Mas a equipe jurídica ligada à Presidência recomendou que Lim e cinco oficiais devem responder apenas por sanções administrativas, que podem chegar à perda do emprego.

O governo filipino ordenou, no entanto, a abertura de processo criminal contra o irmão do sequestrador por posse ilegal de armas e por supostamente ter sido cúmplice do sequestro.

SEQUESTRO

No episódio, Mendoza fez sinal para o ônibus de turismo parar em um ponto histórico e depois declarou o sequestro. Ele entrou no ônibus com seu uniforme de polícia e armado com um fuzil automático M-16 e outras armas de menor porte.

Mendoza exigia seu emprego de volta, um ano após ser demitido.

Horas depois de controlar o ônibus, Mendoza libertou duas mulheres, três crianças, um homem que sofre de diabetes e três filipinos --incluindo um guia turístico e um fotógrafo. O motorista do ônibus conseguiu escapar, em circunstâncias não esclarecidas.

Após cerca de nove horas de sequestro, a polícia de Manila furou os pneus do veículo, quebrou as janelas e entrou pela porta de emergência. Pouco depois, foi possível ouvir som de disparos.

A polícia disse ter reagido após Mendoza disparar seu fuzil M-16 contra os reféns. Em declarações a uma rádio local, o ex-policial ameaçou matar os reféns caso as forças de segurança se aproximassem. "Estou vendo muitos Swat (comando de intervenção). Sei que querem me matar. Todos têm que ir, senão farei o mesmo aqui a qualquer momento", disse.

Nesta altura, havia 15 reféns no ônibus.

A ação acabou com a morte de oito pessoas (quatro mulheres e quatro homens), três feridos por tiros e quatro com ferimentos menores, todos eles cidadãos de Hong Kong.

 

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