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Síria chama Israel de "fascista" por pedir reconhecimento como Estado judeu
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DA EFE
O presidente sírio, Bashar al Assad, chamou Israel nesta segunda-feira de "fascista" pelas últimas medidas adotadas por seu governo, que pedem o reconhecimento do país como "Estado judeu".
Em entrevista coletiva conjunta em Damasco com o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, Assad disse que "as leis racistas emitidas por Israel demonstram o fascismo israelense".
O líder sírio se referiu a uma emenda aprovada ontem pelo governo de Israel, segundo a qual os não judeus que queiram nacionalidade israelense devem jurar lealdade ao país como "Estado judeu e democrático".
A esta medida se soma hoje a declaração do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que está disposto a parar a construção de assentamentos na Cisjordânia se a direção palestina reconhecer o caráter judeu do Estado de Israel.
A proposta foi imediatamente rejeitada pela Autoridade Nacional Palestina.
Na reunião, os dirigentes sírio e turco falaram sobre os últimos acontecimentos no Oriente Médio e o processo de paz.
Em relação a Israel, discutiram o ataque israelense, em maio, à frota que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza.
"O povo turco, e não só o governo, se pôs ao lado de seus irmãos palestinos, em particular durante o ataque de Gaza, e eles sabem mais do que ninguém as verdadeiras intenções israelenses após o ataque à frota", disse Assad.
Por sua vez, Erdogan criticou a atitude neutra de alguns países e afirmou que "Israel tem que pedir perdão às famílias das vítimas e compensá-las pelos danos causados".
Erdogan, cujo país atuou como mediador entre Síria e Israel em negociações indiretas que agora estão suspensas, destacou os esforços de Damasco e Ancara para alcançar "a paz, a segurança e a estabilidade no leste do Mediterrâneo e no Oriente Médio".
IRAQUE
Ele e Assad também debateram outros temas atuais da região, como a formação do governo no Iraque, pendente desde as eleições de 7 de março.
"O atraso na formação do Governo iraquiano causa uma grande preocupação em todos os países vizinhos", disse Assad, que assegurou que o Iraque "tem o apoio de todos os países".
Erdogan afirmou que "o atraso na formação de um novo governo iraquiano cria um vazio político no país" e pediu que no novo gabinete "figurem representantes de todas as esferas políticas".
Por outro lado, o premiê turco explicou que Turquia, Jordânia, Líbano e Síria devem iniciar em novembro e dezembro uma maior cooperação nos campos político, econômico e comercial.
"Pretendemos realizar uma cúpula em janeiro e esperamos ampliar esta cooperação em um futuro próximo para que outros países sejam incorporados", acrescentou.
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