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Em visita ao sul do Líbano, presidente do Irã prega resistência a Israel
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, visitou nesta quinta-feira a região sul do Líbano, a apenas 4 quilômetros da fronteira com Israel, e exaltou o que chamou de "resistência libanesa" contra o país.
Durante a visita, helicópteros militares israelenses sobrevoavam a região próxima. Discursando a milhares de simpatizantes da milícia xiita Hizbollah --que não reconhece o direito à existência de Israel-- Ahmadinejad disse que "o mundo precisa saber que os sionistas são mortais".
"Hoje a nação libanesa está viva e é um modelo para as nações da região", afirmou o iraniano em Bint Jbeil, palco do conflito de 2006 entre Israel e o Hizbollah, que é apoiado por Teerã.
Hussein Malla/AP | ||
O iraniano Mahmoud Ahmadinejad saúda partidários do Hizbollah durante evento em Bint Jbeil, no sul do Líbano |
Segundo a emissora israelense Canal 2 TV, a calorosa recepção do líder iraniano, que em várias ocasiões negou o Holocausto -- o extermínio de milhões judeus pela Alemanha nazista -- e pregou a destruição de Israel, era audível do lado israelense da fronteira.
"Eu anuncio que Bint Jbeil está viva e resistindo. O mundo deveria saber que Bint Jbeil é orgulhosa e vai resistir contra os inimigos até o final", afirmou Ahmadinejad.
Bint Jbeil foi alvo de pesados bombardeios durante os 34 dias de conflito de quatro anos atrás. E, desde então, vem se reconstruindo. "Eles [os inimigos] não têm opção a não ser se render. A Palestina será libertada", completou o iraniano.
Ao chegar ao Líbano, ontem (13), Ahmadinejad disse ao governo libanês que o Irã o apoiará contra o que chamou de hostilidade israelense.
À noite, participou de um comício nos subúrbios no sul da capital, Beirute, reduto do Hizbollah. Milhares de pessoas compareceram para ouvir os discursos do iraniano e do líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah.
Em coro, a multidão gritava palavras de ordem como "morte aos EUA" e "morte a Israel".
Em seu discurso, Ahmadinejad atacou o Tribunal Especial da ONU, que investiga a morte do ex-premiê Rafik al Hariri em um atentado à bomba, em 2005. O grupo xiita e seus aliados acusam o tribunal de servir aos interesse dos EUA e de Israel.
O líder iraniano faz sua primeira visita ao Líbano desde que assumiu a Presidência do Irã, em 2005.
REFORÇO
Em preparação à polêmica visita de Ahmadinejad, o governo libanês havia reforçado suas tropas ao longo da fronteira com Israel
O governo libanês teme que a visita de Ahmadinejad aumente a tensão na frágil e instável fronteira entre os dois países.
Políticos da base governista no Líbano, rivais do Hizbollah, vinham alertando que a visita do presidente iraniano seria uma provocação desnecessária a Israel.
Analistas israelenses dizem que a vista ao Líbano do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, causa preocupação em Israel e configura uma nova situação na qual, de fato, a fronteira com o Líbano se transformou em uma frente de confronto com o Irã.
ISRAEL E EUA
Em Israel, a segurança também foi aumentada devido à visita do presidente iraniano ao país vizinho.
O governo israelense qualificou a visita de Ahmadinejad como provocativa e alertou para o fato do Líbano se transformar em um "protetorado iraniano e um Estado extremista".
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, disse que a visita de Ahmadinejad estava "recheada com uma mensagem de confrontação e violência".
"É uma visita provocativa e desestabilizadora. Parece que suas intensões são visivelmente hostis e ele está vindo para brincar com fogo", declarou Palmor para a imprensa.
Os EUA disseram que a visita de Ahmadinejad mostra que o iraniano continua com suas "provocações".
Washington e aliados promovem um cerco internacional ao Irã devido ao seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita buscar a bomba -- o que Teerã, no entanto, nega.
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