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15/10/2010 - 13h22

Mugabe diz que governo de unidade do Zimbábue não será estendido

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, afirmou nesta sexta-feira que o governo de unidade com seu rival e premiê Morgan Tsvangirai não deverá ser estendido após expirar, dentro de quatro meses.

A não renovação do acordo, firmado no segundo semestre de 2008 e em vigor desde fevereiro do ano passado, significaria a necessidade de realização de novas eleições em meados de 2011.

Em evento do governista Zanu-PF transmitido pela emissora estatal, Mugabe disse que o Zimbábue deverá realizar um referendo sobre a nova Constituição no começo do próximo ano e, em seguida, promover eleições gerais. "Não vejo motivo para não termos eleições no meio do ano que vem", afirmou o presidente.

"Em fevereiro do próximo ano teremos experimentado o período completo [do governo de unidade], e não sei o que acontecerá se não tivermos uma nova Constituição até lá", disse Mugabe, que manifestou desconforto com os constante embates que trava com Tsvangirai em torno de nomeações.

"Alguns dizem para negociar e acordar um novo período. [Mas] eu sou relutante porque parte das coisas que têm acontecido são desnecessárias."

O governo de unidade foi assinado sob intensa pressão internacional, depois que a desistência de Tsvangirai de disputar um segundo turno com Mugabe nas eleições presidenciais, alegando perseguição a seus partidários, desatou grave crise política no país. Tsvangirai havia vencido o primeiro turno do pleito.

O texto previa 24 meses para a redação de uma nova Carta, considerada essencial para a realização de eleições limpas. A Constituinte, no entanto, está com seu cronograma quase um ano atrasado devido a disputas políticas.

TENSÃO

Os comentário de Mugabe ocorrem num momento de tensão política no gabinete de coalizão, com Tsvangirai boicotando reuniões semanais em protesto contra o que diz serem nomeações unilaterais do presidente.

Apesar de o governo de unidade ter obtido a estabilização econômica do país, imerso à época em uma espiral de inflação e crise humanitária, Mugabe e Tsvangirai têm frequentemente se desentendido quanto ao ritmo das reformas.

Tsvangirai e o seu MDC possuem cerca de metade dos ministérios, mas Mugabe, no poder desde 1980, controla as forças de segurança zimbabuanas.

Recentemente, o premiê exortou os EUA e a União Europeia, que mantêm sanções contra Mugabe e seus aliados, a não aceitarem nomeações de embaixadores pelo presidente.

 

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