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17/10/2010 - 08h09

No Chile, último mineiro internado deve ser liberado na terça

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DE SÃO PAULO

O chileno Víctor Zamora, 33, é o único dos 33 mineiros resgatados na mina San José, no norte do Chile, que permanece neste domingo internado. Os demais receberam já receberam alta da Clínica Atacama.

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Foram 69 dias de reclusão a 622 metros de profundidade --17 dias sem que o mundo lá fora soubesse se estavam vivos ou mortos. Após quase 23 horas de esforços, o Chile entrou para a história na quarta-feira com uma operação de resgate sem precedentes, e os 33 mineiros viraram um misto de heróis e celebridades aos olhos do mundo.

Segundo Jorge Díaz, chefe médico da Associação Chilena de Segurança (ACHS), em Copiapó, o trabalhador permanece internado, embora esteja "em condições de ir para casa".

Zamora "tem uma lesão traumática nos dentes anteriores, razão pela qual pediu para permanecer na Clínica Atacama", disse Díaz.

A mãe de Víctor, Nelly Bugueño, afirmou que o filho receberá alta na terça-feira. 'Víctor sai na terça-feira. Quero que esteja bem e que descanse. Ele está muito cansado. Todos queremos que se recupere bem e Deus queira que ele saia na terça-feira', disse Bugueño.

Ontem, outro mineiro que recebeu alta este sábado e que na sexta-feira se queixava de vertigens e enjoo, o doutor Díaz explicou que ele "se encontra em perfeitas condições".

Divulgação
O mineiro Víctor Zamora, 33 anos, que segue internado
O mineiro Víctor Zamora, 33 anos, que segue internado

EXAMES

Doze dos 33 mineiros resgatados se submeteram, neste sábado, a exames de rotina, feitos nas dependências da ACHS, procedimento que se repetirá para acompanhar sua evolução nos próximos dias.

Díaz explicou, ainda, que se espera que os mineiros não sofram de síndrome de estresse pós-traumático, graças ao trabalho prévio feito pela equipe de psicólogos que os acompanhou enquanto estiveram presos na mina.

"Não temos um conhecimento muito claro de em quanto tempo a síndrome pós-traumática pode se apresentar", disse.

"Acreditamos que, no caso deles, é pouco provável que ocorra, já que o modelo de apoio médico e psicológico tendeu, fundamentalmente, à prevenção", explicou.

Os médicos da Associação Chilena de Segurança, encarregada dos cuidados médicos e psicológicos durante o período em que os mineiros estiveram na mina, calculam que em mais um mês eles poderão voltar ao trabalho.

"Em aproximadamente 30 dias depois da alta hospitalar, poderíamos ter clara a situação e começar a dar alta [da licença médica] de forma progressiva para que realizem atividades de trabalho progressivamente", disse Díaz.

DE VOLTA ÀS MINAS

Viveram no inferno, mas querem voltar a brincar com fogo. Apenas dois dias depois de terem sido resgatados, alguns dos 33 mineiros afirmam na sexta-feira que querem voltar a trabalhar na mineração.

"Eu quero voltar à mina. Sou mineiro de coração. Isso se traz no sangue", disse Alex Vega, um dos trabalhadores que fez parte da maior façanha de sobrevivência debaixo da terra no mundo.

O boliviano Carlos Mamani Soliz foi um dos três primeiros a ter alta e chegou em casa com festa

"Claro que sim", disse o mineiro Osmán Araya, quando lhe perguntaram se voltaria a trabalhar no setor.

"Não temos nada a temer. Temos de continuar trabalhando, é isso. É parte de nosso ofício", disse ele à TV estatal, falando do hospital.

Mas o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, disse que para muitos deles não é recomendável que voltem a trabalhar em uma mina.

"Para alguns o retorno é totalmente imprudente. Em alguns casos nos perguntamos o que faziam lá, se tinham micoses ou diabetes", disse Mañalich em entrevista à imprensa diante do hospital.

Ele acrescentou ser também provável que, se algum deles decidir regressar à mineração, no momento exato em que tenha de descer saia correndo em pânico.

Com agências internacionais

 

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