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20/10/2010 - 10h55

Tibetanos protestam contra restrição ao uso de seu idioma

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DA REUTERS

Pelo menos mil estudantes de origem tibetana fizeram um protesto ontem (19) no oeste da China contra as restrições ao uso da sua língua nativa, segundo moradores e entidades de direitos humanos.

A manifestação ocorreu na cidade de Tongren (também conhecida como Rebkong), sem interferência policial, de acordo com moradores ouvidos por telefone e com o relato da entidade londrina Free Tibet.

Tongren fica na província chinesa de Qinghai, e tem forte presença tibetana. O dalai-lama, líder espiritual tibetano no exílio, nasceu nessa região.

Três moradores disseram que pelo menos mil estudantes participaram da passeata, gritando slogans pela proteção da sua cultura. "A polícia não se envolveu", disse um morador, pedindo anonimato.

"[Os manifestantes] foram para casa no começo da tarde, depois que funcionários do governo vieram conversar com eles."

Esse morador acrescentou que não há uma presença policial mais ostensiva na cidade depois do incidente.

Procurados pela agência Reuters, os governos municipal e provincial não se manifestaram.

NOVA REGRA

O Free Tibet afirmou, com base no relato de testemunhas, que a passeata reuniu de 5.000 a 9.000 jovens, motivados por uma nova regra que limita o uso do idioma tibetano nas escolas, e impõe o mandarim como língua a ser usada no ensino da maioria das disciplinas.

"Os chineses estão impondo reformas que me lembram a Revolução Cultural", disse, segundo relato do grupo, um ex-professor de Tongren, não-identificado, aludindo ao período mais radical do regime comunista chinês, entre 1966 e 1976.

"Esta reforma é não só uma ameaça à nossa língua materna, mas também uma violação direta da Constituição chinesa, que deveria proteger nossos direitos."

A China governa o Tibete com mão de ferro desde que o Exército de Libertação Popular (comunista) ocupou a região, em 1950. Mas em geral o regime dá uma liberdade muito maior a tibetanos em outras regiões, como Qinghai.

O tibetano é idioma oficial no Tibete e em partes da China onde os tibetanos são tradicionalmente o principal grupo étnico.

O governo chinês há décadas promove o mandarim como uma forma de unificar o país, e muitos tibetanos dizem não ter opção senão aprender o mandarim se quiserem progredir na China moderna.

Em março de 2008, pelo menos 19 pessoas morreram em protestos contra o domínio chinês em áreas tibetanas. Grupos tibetanos no exílio dizem que mais de 200 pessoas morreram na repressão subsequente, e protestos esporádicos continuam ocorrendo desde então.

 

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