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Cristina Kirchner promete que "não haverá impunidade" na morte de manifestante
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DE SÃO PAULO
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta sexta-feira que "não haverá impunidade" no caso da morte de um jovem militante sindical durante uma briga violenta entre trabalhadores ferroviários, com tiroteio, na noite de quarta-feira (20).
Em sua conta no microblog Twitter, Cristina qualificou de "patota sindical" os autores do disparo que vitimou Mariano Ferreyra, de 23 anos, e disse ter não apenas "esperança de Justiça", mas "certeza" de que não haverá impunidade.
Segundo o jornal "Clarín", a presidente argentina recebeu ontem (21) de representantes de movimentos sociais uma "nota de consternação e enérgico repúdio pelos acontecimentos do dia 20"
Marcos Brindicci - 21.out.2010/Reuters | ||
Manifestantes protestam, ontem (21), por morte de manifestante de 23 anos na véspera após confronto entre trabalhadores |
Desde ontem pela manhã, várias entidades bloquearam ruas e ferrovias em Buenos Aires e nos subúrbios, enquanto que alguns serviços de transporte estavam suspensos. À noite, milhares de argentinos marcharam nesta em direção à histórica Praça de Maio para protestar pela morte do jovem militante.
A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e outras organizações sindicais convocaram uma paralisação nacional e a manifestação até a Praça de Maio.
Os funcionários da empresa alimentícia Kraft bloquearam, às 6h30 locais (7h30 no horário de Brasília), o quilômetro 35 da rodovia Panamericana. Em assembleia realizada na quarta-feira à noite, decidiu-se aderir à interrupção dos trabalhos promovida pela CTA.
Trabalhadores da área de saúde e educação e de outros serviços públicos também aderiram à paralisação. A CTA manifestou "seu mais enérgico repúdio e exige o imediato esclarecimento dos responsáveis diretos e políticos do crime".
MORTE
O jovem de 23 anos Mariano Ferreyra, militante de extrema esquerda do Partido Operário (PO), acompanhava uma manifestação de ferroviários terceirizados que foram demitidos recentemente quando foi baleado no peito durante um enfrentamento com funcionários de trens.
O incidente, ocorrido no bairro de Barracas, em Buenos Aires, ocorreu após o grupo piqueteiro ser retirado dos trilhos que queriam arrancar da linha General Roca, na estação Avellaneda.
Fontes do partido de Ferreyra afirmam que os manifestantes foram atacados por membros do Sindicato União Ferroviária (UF), dos empregados ferroviários. Os trabalhadores da Kraft divulgaram em comunicado que "a burocracia sindical da União Ferroviária [UF]" seria "responsável direta pelo assassinato" do jovem, informou a agência oficial Télam.
Pedraza, secretário-geral da UF, declarou que "diante da tentativa de cortar os trilhos da linha Roca, os ferroviários defenderam suas fontes de trabalho", e afirmou ao jornal "Clarín" que não tinha certeza de quem disparou.
Segundo ele, envolveram-se na briga "um grupo de piqueteiros identificados com o Partido Operário, o Movimento Socialista dos Trabalhadores [MST] e o Movimento Teresa Rodríguez [também de reivindicações trabalhistas]".
O confronto também feriu Elsa Rodríguez, de 61 anos, que ficou em estado grave depois de ter sido baleada na cabeça, e Nelson Aguirre, de 30, que levou tiros na perna e no glúteo. Ambos são militante do PO.
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