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27/10/2010 - 10h40

Chegam a 302 os mortos por tsunami e vulcão na Indonésia; 412 estão desaparecidos

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Indonésia elevou nesta quarta-feira para 272 o número de vítimas do tsunami de ontem (26), causado após tremor de magnitude 7,7 ocorrido na véspera. A cifra aumenta para 302 as mortes causadas pelas duas catástrofes --além do tsunami, a erupção de um vulcão-- que atingiram o país. Outras 412 pessoas estão desaparecidas.

Entenda como ocorre o tsunami
Veja galeria de fotos do tsunami
Veja galeria de fotos do vulcão

O novo balanço de vítimas do tsunami, que eleva em 128 as vítimas em relação à cifra anterior, foi anunciado pelo oficial de desastres indonésio Ade Edward.

Hoje, pela primeira vez aviões e helicópteros com equipes de socorro conseguiram aterrissar nas ilhas indonésias assoladas pelas ondas de até 3 metros de altura que devastaram vilarejos costeiros.

Editoria de Arte/Folhapress

Segundo relatos, a ausência de socorro provocou escassez de pessoas até mesmo para enterrar os mortos, e o cenário é de corpos de vítimas estirados por ruas e praias das ilhas do arquipélago de Mentawai, região oeste da Indonésia, atingidas pelas ondas.

A cerca de 1.300 km de distância dali, autoridades contavam também os mortos causados pela erupção do Monte Merapi, na ilha de Java, que já chegam a pelo menos 30, incluindo um ancião considerado o guardião espiritual do vulcão. Outras 17 pessoas estão hospitalizadas com queimaduras, segundo a agência Associated Press.

O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, interrompeu uma viagem oficial ao Vietnã e voltou ao país para acompanhar os esforços de resgate.

A Indonésia tende a sofrer com grande atividade sísmica e vulcânica devido a sua localização no "Anel de Fogo do Pacífico", uma série de falhas geológicas que se estendem do hemisfério Ocidental até o Japão e o sudeste asiático.

Há mais de 129 vulcões ativos na Indonésia, espalhados pelas 17.500 ilhas, mas o Merapi há muito é considerado um dos mais voláteis.

A falha geológica na costa da ilha de Sumatra, responsável pelo tsunami, foi a mesma que causou um terremoto em 2004 e um tsunami monstro no Oceano Índico, que matou 230 mil pessoas em 12 países.

TSUNAMI

O terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país no final da segunda-feira, apenas 20 km abaixo do solo oceânico, foi seguido por ao menos 14 tremores subsequentes, o mais forte medindo 6,2, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

Após o tremor, o governo da Indonésia chegou a emitir um alerta de tsunami, mas depois o suspendeu, acreditando não haver risco de chegada de ondas ao seu litoral.

Mast Irham/Efe
Vista aérea revela região das ilhas Mentawai devastada pelo tsunami que já matou ao 272 pessoas na Indonésia
Vista aérea revela região das ilhas Mentawai devastada pelo tsunami que já matou ao 272 pessoas na Indonésia

Equipes de resgate enfrentaram mares turbulentos tentando alcançar ilhas remotas atingidas por um tsunami de 3 metros que varreu casas e matou ao menos 272 pessoas e deixou mais de 400 desaparecidos.

Como poucos conseguiram chegar às ilhas para ajudar nas buscas, pescadores tiveram de buscar sobreviventes e recuperar corpos das vítimas.

Muitos moradores entraram em pânico e correram para lugares altos, o que pode explicar as centenas de desaparecidas, segundo Hendri Dori, um parlamentar local que supervisiona o trabalho de buscas. "Estamos tentando manter as esperanças", disse ontem.

Centenas de casas de madeira e bambu foram varridas da ilha de Pagai, com as águas inundando plantações e estradas a até 600 metros da costa. Em Muntei Baru, uma vila na ilha Silabu, 80% das casas ficaram seriamente danificadas.

Essas e outras ilhotas atingidas fazem parte da cadeia de ilhas de Mentawai, um popular destino turístico para surfistas a 280 km de Sumatra.

Para chegar às ilhas Mentawai, por exemplo, é preciso viajar 12 horas de barco, e as equipes de resgate se preparavam para o pior. "Temos 200 sacos para corpos a caminho, por precaução", disse Mujiharto, que comanda o centro de crises do Ministério da Saúde.

Mais de 4.000 pessoas passariam a noite de ontem para hoje sem abrigo, porque as barracas e outros suprimentos não conseguiram ser entregues também.

VULCÃO

Já o vulcão Monte Merapi, o mais ativo do país, entrou em erupção nesta terça-feira após dias de alertas de autoridades. Mesmo assim, alguns moradores não deixaram a região, que havia elevado o alerta para o risco de erupção ao nível máximo antes da erupção.

Merapi significa, literalmente, Montanha de Fogo e o vulcão fica na principal ilha de Java, cerca de 500 km a sudeste da capital Jacarta.

AP
Equipes de resgate buscam sobreviventes em vilarejo indonésio atingido por cinzas da erupção do Monte Merapi
Equipes de resgate buscam sobreviventes em vilarejo indonésio atingido por cinzas da erupção do Monte Merapi

Ao menos 30 pessoas morreram, incluindo um bebê de dois meses, e 17 pessoas ficaram feridas, segundo relatos de médicos e da imprensa local. O bebê morreu quando sua mãe correu em pânico, após a erupção começar, disse Mareta, funcionário de um hospital.

Cientistas alertaram que a pressão crescendo debaixo de sua lava poderia causar uma das mais poderosas explosões em anos.

Apesar do temor de uma grande explosão nas próximas semanas ou meses, Gede Swantika, um especialista em vulcões do governo, disse que a montanha parece estar liberando um pouco da pressão que está por baixo da lava.

"É muito cedo para saber com certeza", disse ele, explicando que uma grande explosão ainda pode acontecer. "Mas se continuar desse jeito por mais um tempo, estamos esperando por uma erupção devagar e longa."

Três pessoas no hospital Panti Nugrobo morreram devido a graves queimaduras após terem sido atingidas por uma nuvem de cinzas, disse Agustinus Parjus, um porta-voz.

Imagens da TV local mostravam ontem fumaça saindo do Monte Merapi, e policiais e voluntários carregando corpos cobertos de cinzas, alguns enrolados em cobertores e sacos amarelos, esperando veículos para serem transportados.

Fontes da Cruz Vermelha Indonésia indicaram que distribuíram cobertores, plásticos e tendas nos centros de acolhimento que foram organizados na região do vulcão.

Segundo o vulcanologista do governo indonésio, Surono, as cinzas expelidas pela erupção chegam a 1,5 km de altura. O monte possui 2.914 metros altitude. "As pessoas que vivem nessa região devem sair o quanto antes", afirmou. A cidade de Yogyakarta, a maior da região, fica a cerca de 26 km do vulcão.

Milhares de moradores começaram a se afastar da montanha de quase 3.000 metros ao cair da noite de hoje, lotando abrigos de emergência. Mais cedo, muitos tinham se recusado a deixar o local.

HISTÓRICO

Os desastres naturais que atingem a Indonésia nesta terça-feira chegam seis anos após o devastador tsunami de 2004 --considerado uma das maiores catástrofes dos tempos modernos-- que deixou mais de 220 mil mortos nos países banhados pelo Oceano Índico.

Provocada por um forte tremor na Indonésia, a tragédia ocorreu no dia 26 de dezembro de 2004 e atingiu as costas de 12 países.

Mais da metade dos 220 mil mortos provocados pela tsunami estava na Indonésia. A outra metade se dividiu por uma dúzia de países, entre eles Sri Lanka, Índia e Tailândia.

Milhares de indonésios precisaram ser rapidamente enterrados em vala comum, sem sequer serem identificados.

A comunidade internacional contribuiu com mais de US$ 7 bilhões para a reconstrução de Aceh, uma das Províncias indonésias totalmente destruídas.

O Sri Lanka registrou 31 mil mortes e na Índia mais de 16 mil pessoas morreram.

Na Tailândia o número de mortos chegou a 5.400 e em todos os países atingidos milhares perderam suas casas.

 

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