Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/11/2010 - 12h25

Obama terá de vir na nossa direção, dirá líder republicano no Senado

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, dirá nesta quinta-feira, ao defender sua tese de que Barack Obama deve ter apenas um mandato presidencial, que as metas do Partido Republicano só serão alcançadas quando um de seus membros voltar à Casa Branca, de acordo com trechos do discurso que foram divulgados antecipadamente à imprensa.

Leia a cobertura completa no especial O Império Vota
Veja como foi a apuração minuto a minuto
Correspondentes da Folha comentam os resultados
Veja galeria de imagens das eleições
Análise: Republicanos podem ameaçar política externa do presidente americano
Análise: Eleições legislativas deixam Congresso dos EUA dividido e travado
Com 93% das urnas apuradas, eleitores da Califórnia rejeitam legalização da maconha

Os republicanos ampliaram sua bancada no Senado e fizeram maioria na Câmara na eleição legislativa de terça-feira, impondo a Obama a pior derrota da sua carreira política.

Larry Downing/Reuters
Obama se prepara para começar a entrevista coletiva na Casa Branca, um dia após derrota dos democratas nas urnas
Obama se prepara para começar a entrevista coletiva na Casa Branca, um dia após derrota dos democratas nas urnas

Em discurso a ser feito nesta quinta-feira na entidade conservadora Heritage Foundation, McConnell dirá que Obama precisará mudar de atitude nos dois anos de mandato que lhe restam.

"Alguns têm dito que seria indelicado da minha parte sugerir que nossa principal prioridade política nos próximos dois anos seria negar ao presidente Obama um segundo mandato. Mas o fato é que, se nossas metas legislativas primárias são repelir e substituir a lei de gastos com a saúde, acabar com os resgates financeiros, cortar gastos e reduzir o tamanho e escopo do governo, a única forma de fazer todas essas coisas é colocar na Casa Branca alguém que não irá vetar nenhuma dessas coisas."

Obama admitiu na quarta-feira ter cometido erros que contribuíram com a expressiva derrota democrata -- como ao adotar um tom agressivo com as empresas, não fazer suficientes progressos para melhorar a economia e não conseguir mudar o "modus operandi" do governo.

Mas ele criticou os republicanos por obstruírem reformas na saúde e no sistema financeiro --agora transformadas em lei-- e disse que seus rivais são o "partido do não".

McConnell dirá no discurso que os republicanos irão repetidamente propor e votar pela revogação da reforma da saúde, mesmo antevendo um veto de Obama.

"Podemos esperar que o presidente comece a ouvir o eleitorado após a eleição de terça-feira. Mas não podemos nos planejar em cima disso", diz McConnell no texto do discurso. "Então também teremos de trabalhar na Câmara para negar as verbas para a implementação (dos projetos de Obama), e no Senado por votos contra seus artigos ultrajantes."

John Boehner, deputado republicano que deve se tornar o próximo presidente da Câmara, e McConnell têm demonstrado pouca disposição em negociar com o governo Obama. "Se a administração quer cooperação, terá de começar a vir na nossa direção", dirá o senador.

EXTREMOS

Analistas ouvidos pela Folha afirmam que os instintos de Obama o guiarão mais para o centro, e ele exortou cooperação ontem.

Mas, nos EUA, um Congresso dividido não costuma ir ao centro, e sim emperrar a discussão. E a divisão entre os partidos só aumentou com a eleição.

Do lado democrata, a eleição deixou no poder os mais comprometidos com as alas esquerdistas, já que os oriundos de regiões moderadas ou republicanas foram obliterados.

Do lado republicano, a mensagem foi clara em prol do conservadorismo, principalmente na área fiscal. E a oposição não vai perder a oportunidade de capitalizar no clima de rejeição aos democratas.

"Prevejo paralisação total, mas vai depender do equilíbrio entre republicanos que querem fazer algo e os que querem "fazer pose" para 2012", disse à Folha o analista Clyde Wilcox, da Universidade Georgetown.

Sarah Binder, do Instituto Brookings, também prevê que pouco será acordado até 2012 além de talvez manter cortes de impostos para os mais ricos (que expiram em dezembro) e financiar o governo. No máximo, ocorrerão cortes simbólicos, sem impacto real.

NOVA AGENDA

Os republicanos prometeram reduzir o tamanho do governo dos EUA e contestar a agenda do presidente Barack Obama, depois de terem sido conduzidos pelos eleitores de volta ao poder na Câmara dos Representantes.

Iniciativas importantes nas áreas de mudança climática e imigração provavelmente não serão discutidas no Congresso com a maioria obtida pelos republicanos.

A oposição, porém, terá dificuldade em aprovar projetos, já que o Senado ainda é controlado pelos democratas e Obama tem poder de veto. O cenário mais provável é o de paralisia.

Jonathan Ernst/Reuters
Os líderes republicanos na Câmara dos Representantes Eric Cantor (à esq.) e John Boehner falam com jornalistas
Os líderes republicanos na Câmara dos Representantes Eric Cantor (à esq.) e John Boehner falam com jornalistas

O líder da bancada dos republicanos na Câmara dos Representantes e seu provável futuro presidente da Casa, John Boehner, destacou nesta quarta-feira a redução dos gastos do governo federal como o principal assunto na pauta do Congresso no ano que vem.

Boehner prometeu ainda lutar para rever a reforma da saúde, uma das principais vitórias do governo do presidente Barack Obama, qualificando-a de "monstruosidade".

"Está muito claro que o povo americano quer que façamos alguma coisa sobre o corte de gastos aqui em Washington e ajudemos a criar um ambiente em que consigamos os empregos de volta", disse Boehner a jornalistas.

Para o líder republicano, o resultado do pleito é uma prova de que "a agenda Obama-[Nancy] Pelosi [atual presidente da Câmara] foi rejeitada". "É um mandato para que Washington reduza o tamanho do governo."

Os republicanos conquistaram pelo menos 60 cadeiras nas eleições desta terça-feira (2) e terão uma maioria sólida na Casa no ano que vem, na qual se prevê que Boehner assumirá a Presidência.

PROMESSAS REPUBLICANAS

Num momento em que o deficit orçamentário do último ano alcança US$ 1,29 trilhão, o equivalente a 8,9% do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA, os eleitores clamaram por um governo menor e menos custoso.

Os republicanos prometeram controlar os gastos do governo. Em setembro, os republicanos haviam dito que sua primeira medida seria fazer com que os gastos do governo federal voltassem aos níveis de 2008.

Ao mesmo tempo, os republicanos vêm pressionando por maiores reduções de impostos do que o presidente Barack Obama deseja. Isso poderia aumentar ainda mais a dívida do governo federal do que as propostas dos democratas relativas a cortes nos tributos.

Durante seus comentários aos repórteres nesta quarta-feira, Boehner se recusou a detalhar quais os cortes nos gastos que buscará. Quando lhe perguntaram qual a principal despesa que cortaria, Boehner apenas respondeu: "Tomaremos muitas decisões nos próximos meses".

Ao mesmo tempo, os republicanos vêm pressionando por maiores reduções de impostos do que o presidente Barack Obama deseja. Isso poderia aumentar ainda mais a dívida do governo federal do que as propostas dos democratas relativas a cortes nos impostos.

###CRÉDITO###

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página