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Brasil envia missão a Cuba para ajudar na criação de vagas autônomas
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DE SÃO PAULO
O Brasil enviará, entre 8 e 12 de novembro, uma missão a Cuba para ajudar no desenvolvimento do trabalho autônomo na ilha comunista. A visita ocorre em meio ao processo das 500 mil demissões que o governo cubano deverá fazer até o primeiro trimestre de 2011 e da tentativa do regime de criar formas de absorver essa massa.
Os 500 mil funcionários correspondem a cerca de 10% da força de trabalho empregada no setor público de Cuba. Hoje, o microssetor privado da economia do país responde por só 5% dos empregos.
A missão, segundo comunicado do Ministério de Relações Exteriores, é um desdobramento da visita do ministro de Relações Exteriores Celso Amorim a Havana, em setembro passado, quando entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ditador cubano, Raúl Castro.
A missão será chefiada pelo embaixador Ruy Nunes Pinto Nogueira, Subsecretário-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial do Itamaraty, e integrada por representantes da Casa Civil, dos Ministérios das Relações Exteriores, Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Ciência e Tecnologia, Saúde e Comunicações, bem como por representantes do SEBRAE, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), SENAI, SERPRO, Secretaria da Receita Federal, Caixa Econômica Federal e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
A cooperação técnica em curso entre o Brasil e Cuba já engloba mais de vinte projetos bilaterais em áreas como saúde, agricultura, mineração e finanças públicas, com resultados positivos para ambos os países.
Segundo o comunicado, serão agora discutidas possibilidades de cooperação em novas áreas, como tecnologia da informação, estratégias de apoio a pequenos e médios empreendedores, economia solidária, televisão digital, gestão bancária, tributação de pequenas empresas e nanobiotecnologia.
Cuba pretende criar um novo sistema de impostos, cooperativas e empresas privadas para abrigar as 500 mil pessoas. Os salários vão variar conforme a produtividade do funcionário. O plano tem uma lista de sugestões de cooperativas para os que vão ficar desempregados. Entre elas, a criação de animais como coelhos, serviços de táxi e fabricação de doces e frutas secas.
Essa é tida como a maior reforma do governo de Raúl Castro, que substituiu o irmão Fidel no poder em 2008.
Os primeiros a serem demitidos serão os com baixa produtividade e os lotados nos Ministérios de Açúcar, Saúde, Turismo e Agricultura. Os Ministério das Relações Exteriores e de Serviço Social também terão cortes.
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