Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/11/2010 - 10h32

ONU faz apelo urgente para o combate à epidemia de cólera no Haiti

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A ONU (Organização das Nações Unidas) fez nesta sexta-feira um apelo urgente para arrecadar US$163,8 milhões com o objetivo de evitar que a epidemia de cólera no Haiti, que já matou ao menos 800 pessoas e provocou a hospitalização de 11 mil pacientes, fuja do controle.

Acompanhe a Folha no Twitter
Conheça a página da Folha no Facebook

"Precisamos absolutamente deste dinheiro o mais rápido possível para evitar que sejamos superados por esta epidemia, declarada em meados de outubro", afirmou a porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs.

Ramon Espinosa/AP
Paciente com sintomas de cólera é socorrido em hospital de Porto Príncipe; epidemia já matou mais de 800 no Haiti
Paciente com sintomas de cólera é socorrido em hospital de Porto Príncipe; epidemia já matou mais de 800 no Haiti

De acordo com o balanço mais recente do ministério da Saúde do Haiti, 497 mortes, ou seja, mais de dois terços do total de óbitos registrados, aconteceram no departamento de Artibonito (norte), principal foco da epidemia.

Mas as organizações internacionais consideram que a situação é potencialmente mais preocupante em Porto Príncipe, a capital superpovoada do país na qual vivem um milhão de pessoas em condições sanitárias precárias desde o terremoto de 12 de janeiro.

EUA

Ainda ontem (11), um especialista norte-americano alertou para o risco de que a doença se espalhe para os Estados Unidos e outros países. O surto começou há três semanas no interior do país, que ainda se recupera do devastador terremoto ocorrido em 12 de janeiro deste ano.

Também na quinta-feira, Ezra Barzilay, epidemiologista do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA, disse que a epidemia está se agravando. "Até 8 de novembro, tínhamos cerca de 640 mortes. Hoje chegamos a 800", disse ele por telefone, do Haiti, a participantes de uma conferência médica no Mississippi.

"A situação aqui está mais sombria a cada dia. Os haitianos estão na fila (por tratamento). Os leitos hospitalares acabaram. Os hospitais estão completamente lotados", disse ele, acrescentando que os profissionais da saúde estão sendo obrigados a escolher quais pacientes atenderem.

O Ministério da Saúde do Haiti disse que até terça-feira, dia 9, havia 11.125 pessoas hospitalizadas com casos confirmados de cólera, e que 724 pacientes haviam morrido. Dez mortes aconteceram em Porto Príncipe, a capital, onde milhares de desabrigados do terremoto vivem amontoados em precários acampamentos.

Na declaração à conferência médica, Barzilay afirmou que as autoridades sanitárias dos EUA estão preocupadas com a possibilidade de que o cólera se espalhe para países vizinhos, inclusive os EUA, que ficam a apenas duas horas de voo.

Em seu site, o Departamento de Saúde da Flórida alertou que as viagens de e para o Haiti se intensificaram desde o terremoto de janeiro, graças ao fluxo de equipes humanitárias e de moradores haitianos da Flórida que foram visitar seus parentes.

"O cólera não se espalha tão facilmente em países desenvolvidos como os EUA, mas queremos assegurar que não deixaremos situações de alto risco passarem despercebidas, como o cólera em alguém que manipule alimentos, ou focos isolados", disse o departamento.

A Flórida concentra cerca de 46 % da população de origem haitiana nos EUA, um total de 241 mil pessoas.

O cólera é uma doença transmitida por contaminação da água e alimentos. Especialistas acreditam que a epidemia se agravou devido a inundações causadas pelo furacão Tomas, neste mês.

Apesar do terremoto, da epidemia e do furacão, as autoridades haitianas decidiram manter as eleições presidenciais e legislativas de 28 de novembro no país.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página