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Novo episódio de "documentário" sobre Sarah Palin vai ao ar neste domingo nos EUA
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LUCIANA COELHO
EM BOSTON
O canal americano TLC evita dizer "reality show". "É um documentário." Ou um programa de viagem. Uma atração para a família. Ou, na versão do estrategista conservador Karl Rove, "algo que não ajuda os americanos a imaginarem Sarah Palin na Casa Branca".
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O rótulo cabe ao freguês. O que conta é que o espectador/eleitor terá uma dose televisiva extra da política conservadora mais pop dos EUA nas noites de domingo. O segundo episódio de "Sarah Palin's Alaska" vai ao ar neste domingo (21) no TLC, braço do canal Discovery.
Embora o bom senso favoreça Rove, é difícil prever o futuro de Palin quando se dissipa a linha entre política, jornalismo e entretenimento nos EUA.
Mingasson Gilles/TLC | ||
Sarah Palin cozinha para seus familiares em casa de campo no Alaska em cena do "documentário" do canal TLC |
Celebrizada como candidata republicana a vice-presidente em 2008, ela renunciou ao governo do Alasca e voltou sua carreira política para muito do que estofa o showbiz.
O novo programa traz em seus 45 minutos pouco de política além do broche com a bandeira americana que ela ostenta na lapela, lado a lado com um pingente em forma de crucifixo.
"As pessoas me conhecem do palco político, ou talvez por meio do meu livro", explica a musa do movimento ultraconservador Tea Party. "Mas eu sou uma mãe de cinco e acho importante que meus filhos vejam o que o Alasca tem a oferecer."
O primeiro dos oito episódios atraiu quase 5 milhões de espectadores, na conta do instituto Nielsen, o Ibope americano.
Fica cada vez mais difícil fugir de Palin. Comentarista da Fox News, ela estampa a capa de hoje da revista do "New York Times" e, na terça, lança o segundo livro ("America by Heart: Reflections on Family, Faith and Flag" - América de Cor: Reflexões sobre Família, Fé e Bandeira). Depois, turnê.
O novo show é uma colagem de sequências da família se divertindo em paisagens de gelo, entrecortada com rápidas cenas domésticas.
Estas, invariavelmente, são da mãe zelosa das filhas -- seja cozinhando com Piper, 9, ou ralhando com Willow, 16, por levar um amigo ao quarto. Contrária ao sexo antes do casamento, teve de lidar com gravidez da filha Bristol, aos 17, na campanha.
"Amo esse Estado como amo minha família", exclama a certa altura. O primeiro é mais interessante que o segundo, e as imagens valeriam o programa se não fosse a narração incessante na voz esganiçada da protagonista.
AÇÃO!
No primeiro episódio, ela aparece pescando salmão em um lago frequentado por ursos, para que Piper e uma amiguinha vejam uma ursa defender a cria.
De mais, há escaladas, voos de hidroavião e passeios no trailer. No episódio deste domingo (21), ela praticará tiro, fará rafting, e andará de trenó.
Como Palin é uma super-mulher, ou tenta parecer, podemos vê-la também trabalhando no miniestúdio de TV montado em casa para falar à Fox, mexendo em papéis e respondendo e-mails.
A versão candidata --ela já disse querer disputar a Presidência em 2012-- só aparece quando Palin exibe a cerca erguida para evitar a xeretice do vizinho e sugere que "as pessoas olhem e pensem que é disso que precisamos para proteger nossas fronteiras".
O exemplo da mãe já é seguido por Bristol, que disputa amanhã a final de "Dancing with the Stars" (a versão americana da "Dança dos Famosos"). Mesmo com notas baixas, a moça superou concorrentes graças aos votos do público. Não, claro, sem polarizar o eleitorado.
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