Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/11/2010 - 09h16

Alemanha e Reino Unido condenam ataques militares na península coreana

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os ministros de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, e do Reino Unido, William Hague, condenaram os ataques da Coreia do Norte contra a ilha sul-coreana de Yeonpyeong e manifestaram grande preocupação com a escalada de tensão na península.

Acompanhe a Folha no Twitter
Conheça a página da Folha no Facebook
Casa Branca condena ataque norte-coreano
Rússia diz que confronto entre Coreias é "inaceitável"
China manifesta preocupação com as Coreias

O Ministério de Defesa sul-coreano confirmou à agência estatal Yonhap que os ataques mataram dois soldados e que entre os feridos, cinco estão em estado grave. Ao menos três dos feridos são civis, completa a nota.

Em comunicado a Casa Branca já sinalizou uma "condenação enérgica" ao ataque norte-coreano e reiterou que os EUA estão dispostos a ajudar Seul.

Yonhap/Reuters
Imagens mostram ilha sul-coreana atacada pelo Exército da Coreia do Norte; tensão na região preocupa os EUA
Imagens mostram ilha sul-coreana atacada pelo Exército da Coreia do Norte; tensão na região preocupa os EUA

"Estou muito preocupado pelos disparos de artilharia da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul. Espero um comportamento sensato de todas as partes durante esta situação tensa e saúdo os esforços do presidente sul-coreano Lee para evitar que a situação se deteriore", indicou Westerwelle, que classificou a ação de Pyongyang como "uma nova provocação".

Já o chefe da diplomacia britânica disse que o Reino Unido condena energicamente os ataques e argumentou que não há justificativa para a ação norte-coreana.

"Pedimos energicamente à Coreia do Norte que se abstenha destes ataques e respeite o acordo de anistia intercoreano. Recebo com satisfação o chamado do presidente [sul-coreano] Lee Myung-bak à moderação", indicou William Hague.

ATAQUES

O Exército da Coreia do Norte disparou contra uma ilha sul-coreana nesta terça-feira matando ao menos dois soldados e ferindo 15, provocando uma reação imediata da Coreia do Sul que enviou caças de guerra F-15 e F-16 à região. Agências estatais de Seul indicam que o Norte deu início aos combates. Pyongyang nega e sustenta que tropas sul-coreanas foram as primeiras a abrir fogo.

Os confrontos chegam apenas dois dias depois de o jornal "The New York Times" publicar em reportagem que o cientista americano Siegfred S. Hecker teve acesso a uma nova e sofisticada usina nuclear na Coreia do Norte.

"Uma unidade de artilharia executou disparos de provocação às 14h34 (3h34 de Brasília) e as tropas sul-coreanas responderam imediatamente", afirmou uma fonte do Ministério de Defesa sul-coreano.

"As Forças Armadas estavam executando exercícios navais e o Norte parece ter disparado para demonstrar sua oposição", declarou uma fonte militar sul-coreana ao canal YTN.

Os disparos tiveram como alvo a ilha de Yeonpyeong, que tem 1.000 habitantes, localizada no Mar Amarelo, em uma área disputada pelas duas Coreias e que já registrou incidentes no passado. Dezenas de casas foram incendiadas e Seul determinou que a retirada dos moradores da região.

Em reação, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, convocou uma reunião de emergência. "Agora mesmo está em uma sala subterrânea para abordar as respostas possíveis com seus ministros e conselheiros de segurança", afirmou o porta-voz da Presidência.

Apesar do estado elevado de emergência, o líder sul-coreano manifestou cautela. "Devemos conduzir com cuidado a situação para evitar a escalada de um choque", indicou Lee, citado por um porta-voz da Presidência.

Truth Leem/Reuters
Sul-coreanos acompanham cobertura dos confrontos; dois países estão em cessar-fogo desde 1953
Sul-coreanos acompanham cobertura dos confrontos; dois países estão em cessar-fogo desde 1953

O aumento de tensão entre os dois países --oficialmente em condição de cessar-fogo desde o fim da guerra em 1953-- preocupa a comunidade internacional, sobretudo os Estados Unidos, a Rússia e a China.

O armistício acordado entre o Sul e o Norte determina que as duas nações estão oficialmente em guerra desde o fim da década de 50, mas se comprometem a não realizar ataques.

ALERTA

Ainda ontem (22) os governos dos EUA, Japão e Coreia do Sul se mobilizaram e realizaram reuniões após as revelações das novas instalaçaões nucleares de Pyongyang.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou que a nova usina na Coreia do Norte é um risco potencial, já que permite ao regime comunista produzir mais armas nucleares.

Washington, Tóquio e Seul discutiram na segunda-feira como lidar com as potenciais ameaças nucleares.

A Coreia do Norte desenvolve há anos um programa nuclear sob críticas do Ocidente, que já tentou, sem sucesso, negociar sua desnuclearização. O regime recluso do ditador Kim Jong-il sofre ainda diversas sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por manter seu programa nuclear com fins claramente militares.

Digital Globe/AFP
Imagens de satélite mostram obras na região de Yongbyon, onde a Coreia do Norte mantém usinas nucleares
Imagens de satélite mostram obras na região de Yongbyon, onde a Coreia do Norte mantém usinas nucleares

Gates, que está na Bolívia para uma conferência regional de defesa, disse ainda não acreditar que a nova e avançada instalação norte-coreana seja parte de um programa nuclear pacífico.

"A Coreia do Norte ignorou um número de resoluções do Conselho de Segurança. Eles continuam exportando armas. Então a noção de que eles desenvolveram isso é obviamente uma preocupação", disse Gates.

Já o Japão considerou o assunto "alarmante". "O desenvolvimento nuclear norte-coreano é totalmente inaceitável do ponto de vista da segurança do Japão e da paz e estabilidade na região", disse o porta-voz do governo de Tóquio, Yoshito Sengoku.

REVELAÇÃO

Neste domingo, o jornal "New York Times" revelou que um cientista americano da Universidade de Stanford informou à Casa Branca ter visitado uma grande e nova usina nuclear na Coreia do Norte.

O cientista que viajou a Pyongyang é o ex-diretor do Laboratório Nacional de Los Álamos e professor da Universidade de Stanford Siegfred S. Hecker que confirmou ao jornal ter visto "centenas de centrífugas" recém instaladas em grande e nova usina de enriquecimento de urânio que conta com uma "ultramoderna sala de controle".

O americano disse ter ficado surpreso com a sofisticação da nova usina nuclear.

O presidente americano, Barack Obama, advertiu recentemente que a Coreia do Norte deve demonstrar seriedade antes da possível retomada das negociações multilaterais sobre seu programa nuclear, que incluem as duas Coreias, China, Japão, Rússia e Estados Unidos.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página