Sarkozy se irrita com acusação de corrupção e chama jornalistas de pedófilos

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, se irritou na sexta-feira passada com perguntas sobre suspeitas de corrupção e chamou os jornalistas de pedófilos.

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Sarkozy estava em uma entrevista coletiva, em meio a cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Lisboa (Portugal), quando foi questionado sobre as suspeitas de corrupção relacionada à venda de três submarinos franceses ao Paquistão, em 1994, conhecido como Karachigate.

	Philippe Wojazer /AFP
	Presidente francês, Nicolas Sarkozy, faz discurso em Congresso de PRefeitos em Paris (França)

A França teria pago comissões a autoridades paquistanesas em troca do contrato comercial. Parte do dinheiro, segundo as suspeitas, teria voltado à França em 1995 a título de "comissões" para financiar a campanha presidencial do então primeiro-ministro Edouard Balladur. Na época, Sarkozy era o porta-voz da campanha e ministro do Orçamento.

O contrato também estaria ligado a um atentado em maio de 2002, em Karachi, que deixou 15 mortos --entre eles 11 empregados franceses da Direção de Construções navais que trabalhavam na fabricação de submarinos. Uma das pistas da investigação é que o atentado poderia ter sido cometido em represália à paralisação da entrega pela França de comissões sobre o contrato, após a eleição de Jacques Chirac, em 1995.

Questionado sobre o assunto, Sarkozy afirmou que "ninguém entre vocês acredita que eu arranjei propinas e comissões para submarinos para o Paquistão. É inacreditável".

Sarkozy lembrou ainda da declaração do ex-ministro de Defesa Charles Millon, que investigou a denúncia de corrupção em 1995. Millon disse na semana passada que ele tinha "absoluta convicção" de que houve pagamento de comissões.

Apontando para um dos jornalistas presentes, Sarkozy continuou: "E você. Eu não tenho evidência contra você. Aparentemente você é um pedófilo. Quem me contou? Eu tenho absoluta convicção. Você pode se explicar?".

"Amigos pedófilos, até amanhã!", completou, ao se despedir dos jornalistas.

A notícia foi divulgada nesta semana nos principais veículos franceses, mas a Presidência ainda não se pronunciou.