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Presidente afegão diz que duvida da autenticidade dos documentos do Wikileaks
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DA FRANCE PRESSE, EM CABUL
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou neste sábado que duvida muito da autenticidade das mensagens diplomáticas publicadas pelo site Wikileaks, nas quais são feitas muitas críticas a sua administração, descrita como claramente corrupta.
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"Não sabemos o que fazer com toda esta história. Devemos acreditar ou não... Eu estou mais propenso a não acreditar", declarou Karzai, ao ser indagado sobre o conteúdo dessas mensagens, em uma coletiva conjunta com o primeiro-ministro paquistanês Yusuf Raza Gilani, em Cabul.
Na véspera, a presidência afegã já havia comentado que nas mensagens "não havia nada de significativo que pudesse afetar nossas boas relações com comunidade internacional", insistindo que os documentos datavam de há vários anos.
Segundo as revelações do Wikileaks, Karzai teria ordenado a libertação sem processo de dezenas de criminosos perigosos e traficantes de drogas pelas forças internacionais.
De acordo com o texto, autoridades americanas repreenderam Karzai e o procurador geral do Afeganistão, Muhammad Ishaq Alko em diversas ocasiões, por terem libertado todos estes prisioneiros em um período de três anos.
"Os dois homens autorizaram a liberação de prisioneiros antes de seu processo, e permitiram que perigosos criminosos saíssem da prisão e retornassem às suas atividades sem sequer terem sido apresentados a uma corte", indica o texto, datado de agosto de 2009 e classificado como "secreto" pela embaixada dos Estados Unidos em Cabul.
No telegrama publicado na terça-feira, a embaixada americana afirma que 150 dos 629 prisioneiros entregues ao governo afegão pela coalizão militar internacional foram libertados sem processo desde 2007, entre eles 29 ex-presos de Guantánamo.
Além dos detentos não julgados, o documento indica, por exemplo, que em abril de 2009 Karzai soltou cinco policiais condenados a entre 16 e 18 anos de prisão por posse de 124 kg de heroína em sua viatura.
O Wikileaks começou no domingo passado a publicar 250.000 mensagens diplomáticas americanas confidenciais. Os primeiros documentos sobre o Afeganistão descreviam o presidente Karzai como um "fraco", e seu irmão Ahmed Wali como um barão da droga corrupto.
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