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Irã acusa ONU de enviar espiões disfarçados de analistas atômicos
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DA EFE, EM TEERÃ
O ministro de Inteligência iraniano, Heidar Moslehi, anunciou neste sábado a detenção de pessoas ligadas aos recentes atentados contra dois cientistas nucleares de seu país e acusou as Nações Unidas de enviarem espiões disfarçados de especialistas atômicos.
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Em declarações divulgadas pela agência de notícias estatal Irna, o ministro garantiu que os detidos confessaram ter recebido treinamento dos serviços secretos dos Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
Moslehi indicou que os detidos têm relação com os "Monafeghin" (hipócritas), termo com o qual as autoridades iranianas costumam referir-se à oposição armada no exílio e em particular ao grupo "Mojahedin Khalq" (combatentes do povo).
"A Agência Internacional de Energia Atômica [AIEA] tem de explicar os espiões dos serviços de inteligência do Ocidente enviados ao Irã como especialistas", disse.
A ONU também "deve explicar por que publica os nomes dos cientistas nucleares iranianos com a desculpa das sanções".
"Os serviços secretos do Ocidente encorajam o grupo fracassado de Monafeghin a executar atos de terror", explicou Moslehi.
O responsável vinculou os atentados da última segunda-feira em Teerã, nos quais um cientista morreu e outro ficou ferido, com o assassinato, em janeiro de 2010 de outro cientista nuclear, vítima de atentado quando saía de sua casa no norte da capital.
O cientista ferido na segunda-feira, especialista em laser e na separação de isótopos além de colaborador do Ministério da Defesa, estava em uma lista de indivíduos sujeitos a novas sanções internacionais impostas pela ONU ao Irã devido ao suposto uso bélico do programa atômico civil.
Já o pesquisador morto não estava sozinho no momento do ataque, tinha proteção, mas as diabólicas ações dos inimigos não podem ser previstas, explicou Salehi.
Os atentados ocorreram quase uma semana antes de o Irã e o Grupo 5+1, formado pelos cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha, retomem o diálogo nuclear em Zurique, após um ano de paralisação das negociações.
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