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10/12/2010 - 21h12

Carro do príncipe Charles foi atacado por falha de comunicação, diz jornal

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DE SÃO PAULO

Falha de comunicação. O carro que levava o príncipe Charles foi atacado por manifestantes nesta quinta-feira porque os agentes que faziam a segurança do casal real usavam seus rádios transmissores em um canal diferente daquele usado pelos agentes patrulhando os protestos estudantis em Londres, informa o jornal britânico "Telegraph" nesta sexta-feira.

Vídeo amador mostra ataque a carro de príncipe Charles e Camilla

Como resultado, os seguranças de Charles e sua mulher, Camilla, não ficaram sabendo que teriam problemas no meio do caminho previsto para chegar até o teatro London Palladium, no centro de Londres.

Estudantes furiosos atacaram ontem o carro que levava Charles e Camilla após o Parlamento britânico votar o aumento da anuidade nas universidades, em uma votação apertada que dividiu a coalizão do governo.

Cerca de 20 manifestantes bateram no veículo do príncipe com os punhos, pedaços de pau e garrafas, quebraram um vidro e sujaram de tinta o reluzente Rolls Royce preto.

No frenesi, alguns gritavam "Cortem-lhe a cabeça", em referência à rainha de "Alice no País das Maravilhas".

Matt Dunham/AP
Príncipe Charles e sua mulher, Camilla, reagem ao ataque de estudantes em protesto contra seu carro
Príncipe Charles e sua mulher, Camilla, reagem ao ataque de estudantes em protesto contra seu carro

Adnan Nazir, 23, disse que Charles, 62, manteve a calma e gentilmente empurrou a mulher de 63 anos em direção ao chão, para sair da linha de fogo. "Charles continuava acenando e fazendo sinal de positivo com o dedão", disse ele.

Um dos manifestantes disse que conseguiu cutucar a duquesa da Cornuália perto das costelas com um pedaço de pau, através de uma janela do carro que estava aberta. Os porta-vozes da família real não quiseram comentar essa informação, segundo a imprensa local.

O casal finalmente conseguiu chegar ao teatro para assistir a um espetáculo do Royal Variety Performance. O escritório da família real disse que o casal saiu ileso.

INVESTIGAÇÃO

As falhas de segurança têm envergonhado a polícia e a guarda real perto do casamento do príncipe William, filho de Charles, em 29 de abril de 2011, levantando dúvidas sobre se os protocolos precisam ser revistos.

O chefe da Polícia Metropolitana, Paul Stephenson, comprometeu-se a lançar uma completa e detalhada investigação sobre o incidente.

O primeiro-ministro David Cameron disse que a violência contra o casal real é "chocante e lamentável".

"Está claro que uma minoria de manifestantes vieram determinados a provocar violência, atacar a polícia e causar o máximo possível de estragos a propriedades", disse Cameron. "Eles devem enfrentar a lei."

"Vamos ser bastante claros sobre em quem a responsabilidade recai", disse Cameron. "A responsabilidade por esmagar propriedades ou criar violência reside no povo que perpetrou essa violência e que quero ver preso e punido da forma correta".

VOTAÇÃO

Estudantes entraram em confronto com a polícia britânica, no incidente político mais violento no Reino Unido desde 1990.

O governo do Reino Unido conseguiu aprovar na Câmara dos Comuns, por pequena margem, um plano que aumenta a anuidade universitária para até 9.000 libras (cerca de R$ 24 mil) --quase o triplo do limite máximo atual, de 3.290 libras.

Matt Dunham/AP
Estudantes e polícia se enfrentam durante protesto contra aumento de taxas; nem o príncipe Charles escapou
Estudantes e polícia se enfrentam durante protesto contra aumento de taxas; nem o príncipe Charles escapou

O plano ainda deve ser votado pela Câmara dos Lordes, na terça-feira.

A Câmara baixa do Parlamento --Câmara dos Comuns-- aprovou a medida por 323 votos a 302, com uma maioria de apenas 21 votos, considerando que a coalizão governista tem maioria de 84 cadeiras.

Entre os liberais-democratas, 21 votaram contra a medida --mais de um terço do total. Outros oito se abstiveram.

A medida para aumentar o teto da anuidade universitária foi também o primeiro teste para a habilidade da coalizão entre conservadores e liberais-democratas de levar adiante o plano de austeridade, tentando eliminar um deficit de orçamento recorde.

Apesar de uma ruptura na coalizão ser pouco provável, analistas acreditam que mais divisões sobre cortes de gastos vão tornar cada vez mais difícil a vida no governo para os liberais-democratas.

A redução do deficit recorde do orçamento é a prioridade do governo. Departamentos devem cortar seus gastos em cerca de 19% nos próximos quatro anos, o que deve significar no corte de milhares de empregos.

Com agências de notícias

 

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