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Uribe e Quiroga pedem papel mais ativo do Brasil diante de ameaças à democracia
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DA EFE, EM SANTIAGO DE CHILE
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe pediu nesta quinta-feira ao Brasil que seja mais ativo perante às "ameaças" à democracia, durante encontro com ex-governantes José María Aznar (Espanha), Jorge Quiroga (Bolívia) e o escritor peruano, Mario Vargas Llosa.
Os quatro se encontraram em Santiago, no Chile, no seminário "O futuro da liberdade em um mundo global", organizado pela conservadora Fundação Liberdade e Desenvolvimento.
Uribe (2002-2010) alertou sobre a existência de "novas ditaduras imaturas, que se proclamam como os líderes da esquerda e incorrem nos piores vícios das ditaduras de direita" --mas não disse expressamente a quem se referia.
Ao ser questionado sobre o papel do Brasil na região, Uribe lembrou que seu governo apoiou a criação, em 2008, da Unasul (União de Nações Sul-americanas), que foi concebida como um projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em uma aparente alusão ao Brasil, Uribe afirmou que "um poder econômico" deve também ter "uma posição clara frente aos agressores da democracia e aos cúmplices do terrorismo", e criticou a estratégia diplomática que segundo sua opinião se estendeu na região.
A crítica foi reiterada pelo boliviano Quiroga (2001-2002). "Queria que o [Brasil] fosse um vizinho mais ativo quando se veem abusos à democracia", disse o boliviano, que considerou ainda que a Unasul foi criada como um espaço para deixar de fora os EUA e México e "acurralar" Uribe.
Já o espanhol Aznar (1996-2004) saudou a decisão do Brasil de "ser o país do presente e agir como um dos novos poderes locais", embora tenha ressaltado a importância de que, para isso, o país "tenha uma boa orientação política".
CHÁVEZ
Antes dos pronunciamentos, Vargas Llosa, Aznar, Uribe e Quiroga conversaram e identificaram o "socialismo do século 21", o lema do governo do venezuelano Hugo Chávez, como um dos três riscos para a liberdade na América Latina, junto à criminalidade e ao narcotráfico.
O Nobel de Literatura Vargas Llosa definiu Chávez como "anacrônico e risível" e afirmou que ele não representa "a cara da esquerda" latino-americana atual. Este papel, explicou, cabe hoje aos governos do Brasil e do Uruguai.
O escritor peruano alertou que a América Latina não vai seguir nem o modelo cubano, "que está em processo de desintegração", nem o venezuelano, que na sua opinião "é velho" e "não funciona".
Ele alertou ainda contra os "populismos com resultados catastróficos" que são implantados na Bolívia, Nicarágua e Equador.
Já Quiroga afirmou que a influência de Chávez está diminuindo no nível internacional, embora seu projeto de socialismo se fortaleça em Bolívia, Cuba e Nicarágua.
Para Quiroga, "Cha" "é um problema, um prejuízo, e a ameaça maior à liberdade e à democracia na história da América Latina". Ele chamou ainda os presentes a reformar a Carta Democrática Interamericana para combater sua influência.
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