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Milhões lotam cidade de Karbala para encerramento de peregrinação no Iraque
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ABDELAMIR HANOUN
DA FRANCE PRESSE, EM KARBALA
As forças de ordem iraquianas parecem ter passado por uma prova de fogo, com o encerramento da Ashura, nesta sexta-feira, quando dois milhões de peregrinos xiitas concluem os rituais na cidade santa de Karbala, sob um forte esquema de segurança montado pelo temor de ataques.
As cerimônias em memória do assassinato do imã Hussein por exércitos do califa Yazid, em 680 d.C., ocorrem um ano antes da retirada total das tropas americanas do Iraque.
Mohammed Sawaf/AFP | ||
Peregrinos muçulmanos xiitas na cidade santa de Karbala, no centro do Iraque |
As autoridades anunciaram, nesta quinta-feira, a captura de 73 supostos militantes que tramavam semear um "caos" de violência em Karbala, que é um alvo frequente de insurgentes durante o ritual de luto mais reverenciado pelo Islã xiita.
"Tudo tem saído bem, tudo está seguro", disse o major Alaa Abbas, porta-voz da polícia de Karbala, ressaltando que nenhum incidente de segurança ocorreu na cidade durante os dez dias da Ashura.
"Nossas medidas de segurança ainda estão em vigor e nossas forças ainda estão prontas para evitar quaisquer ataques. Ainda estão em alerta", continuou.
Segundo as autoridades, as 73 pessoas detidas eram suspeitas de ter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, e estariam envolvidas no planejamento de ataques contra os peregrinos em Karbala.
As detenções intensificaram o temor da ocorrência de atos violentos durante os rituais, o que ativou um forte esquema de segurança durante toda a celebração.
PEREGRINAÇÃO
O tráfego de veículos em Karbala estava praticamente parado, enquanto os peregrinos eram forçados a caminhar rumo aos templos e todos os visitantes, revistados em pontos de controle.
"Se tivessem conseguido levar adiante seus ataques durante a peregrinação, teriam semeado o caos", disse Mohammed al Mussawi, chefe do conselho provincial de Karbala. "Karbala é o alvo principal dos terroristas durante a Ashura", emendou.
Mussawi disse que o número de peregrinos em Karbala para a Ashura chegou aos dois milhões, 238 mil dos quais de fora do país.
Cerca de 28 mil soldados e policiais foram mobilizados para montar o esquema de segurança em Karbala, e outros 7.000 estão em alerta, segundo o exército. Eles continuarão no local pelos próximos dias para garantir o retorno seguro dos peregrinos para suas casas.
Este ano marca a primeira vez que tropas iraquianas trabalharam sozinhas na segurança da Ashura. Embora os americanos não tivessem fornecido tropas para agir localmente nos últimos anos, eles auxiliaram com vigilância e reconhecimento.
Há cerca de 50 mil militares americanos mobilizados no Iraque, mas todos devem se retirar do país até o fim de 2011, segundos os termos de um pacto de segurança.
O capitão Dan Churchill, porta-voz das tropas americanas, disse que "as forças de segurança iraquianas continuam a demonstrar que são capazes de planejar e operar esquemas de segurança importantes em larga escala e é o que fazem este ano na Ashura e no Arbaeen", festival que marca o fim dos 40 dias de luto da morte do imã Hussein.
Em anos anteriores, a Ashura foi alvo de extremistas árabes sunitas, que veem as cerimônias como um destaque simbólico da divisão entre as duas principais vertentes do Islã.
Este ano, 18 peregrinos foram mortos durante os rituais iniciados em 8 de dezembro, informou a polícia, embora nenhum deles tenha morrido em Karbala.
As cerimônias se encerram esta sexta-feira, com a reprodução da Batalha de Karbala, na qual Hussein foi morto.
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